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IBGE vai pesquisar saúde de estudantes baianos

A partir da segunda quinzena de abril, 6.729 estudantes de 157 escolas baianas vão responder um questionário a ser entregue por técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para coletar informações, que vão abastecer a quarta edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). O levantamento acontece, em todo território nacional, e tem por objetivo obter resultados sobre fatores de risco e proteção relativos à saúde dos estudantes, com idade entre 13 e 17 anos, de escolas públicas e particulares.

Das 157 escolas baianas selecionadas pelo IBGE, 96 serão da rede privada e 61 da rede pública. Na capital baiana (Salvador) serão 63 escolas, sendo 39 privadas e 24 públicas. Os 6.729 estudantes baianos serão convidados a responder, livremente e com toda fidelidade, sobre seus hábitos alimentares, prática de atividade física, percepção da imagem corporal, cuidados de higiene pessoal, experimentação e consumo de cigarros, álcool e outras drogas, comportamento sexual e reprodutivo, uso de serviços de saúde, violência, segurança e acidentes entre outros temas.

Questionário

“A pesquisa será realizada utilizando um equipamento de mão semelhante a um Smartphone (dispositivo móvel de coleta) na qual será inserido o questionário estruturado para ser respondido diretamente pelo aluno. O responsável pela escola selecionada também responderá um questionário com informações sobre o ambiente escolar”, explica o coordenador nacional da PeNSE, Marco Andreazzi, que concedeu entrevista ao lado do supervisor estadual de Pesquisas do IBGE, Pedro Biscardi. O questionário eletrônico é autoaplicável e será respondido sem qualquer intervenção dos técnicos. ”Em caso de dúvida, de alguma questão, por parte do aluno, o técnico fará uma leitura pausada da mesma, de maneira que haja o completo entendimento, mas sem quaisquer  inferências”, explica.

Disse, ainda, Marco Andreazzi que  a pesquisa será realizada em 72 municípios baianos – 32 a mais do que na edição anterior, de 2015. Em todo o Nordeste, região com o maior quantitativo de escolas selecionadas, 65.596 adolescentes devem contribuir com a coleta de dados. Em todo o Brasil serão 4.361 escolas e 187.954 alunos. A PeNSE começará a ser aplicada, no próximo dia 15, em Salvador, e, desde a última terça-feira 02, os agentes que atuarão na capital participam de um treinamento no auditório do IBGE, encerrado no final desta quinta-feira 4.

Evasão 

Segundo o coordenador nacional da pesquisa a  PeNSE será aplicada até o final do primeiro semestre para que os resultados sejam mais completos. “Uma vez que, no segundo semestre, é visível e crescente a evasão escolar no País”, justifica. A pesquisa fornecerá indicadores para alunos de 13 a 17 anos que freqüentam o ensino fundamental (7º ao 9º ano) e o ensino médio (1º ao 3º ano) de escolas da rede pública e privada de todo o Brasil. Desde a primeira edição, em 2009, a abrangência geográfica dos resultados produzidos pela pesquisa vem sendo continuamente ampliada.

Marco Andreazzi disse, ainda, que esse modelo de pesquisa vem sendo realizada em 105 países por orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Aqui no Brasil, a solicitação foi feita diretamente pelo Ministério da Saúde, que nos oferece total apoio na sua execução”, comenta. A primeira PeNSE foi em 2009; a segunda em 2012; a terceira em 2015 e a quarta agora em 2019, porque o IBGE não teve recursos para sua execução no ano passado.  Nesta edição 2019, a pesquisa vai focar, principalmente, no consumo dos estudantes por produtos ultraprocessados, tipo barra de cereais.

Resultados

Em 2015 pouco mais de 1 em cada 5 estudantes baianos do 9º ano (23,3%) relataram ter usado álcool nos 30 dias anteriores a pesquisa, enquanto 1 em cada 3 (33,5%) já tinha tido ao menos uma relação sexual. Entretanto, o fato que mais preocupa é a gravidez na adolescência. Analisando as atividades sexuais dos jovens, por regiões, pode-se afirmar que na Região Norte, o sexo é muito precoce; na Sul, é mais freqüente; enquanto no Nordeste, a gravidez na adolescência é incidente, “A explicação para este fenômeno se deve à falta de orientação e discussão do tema, além do pouco uso do preservativo nas relações sexuais”, finaliza Marco Andreazzi.

Tribuna da Bahia

 

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