A Prefeitura de Morro do Chapéu determinou a retirada de vários ambulantes na Av. Joel Modesto, no Centro, na manhã desta sexta-feira (18). De acordo com os ambulantes, fiscais da prefeitura acompanhados de policiais militares teriam chegado por volta das 8:30hs, determinando que as barracas fossem retiradas até o meio dia. São mais de dez famílias que comercializam verduras, frutas, artesanatos, plantas e outros produtos e não sabem pra onde ir, já que a prefeitura não se reuniu pra orientar os pais e mães de família que se sentiram ofendidos com a ação.
Ténei vende frutas e verduras e disse que é difícil trabalhar em Morro do Chapéu e se sente vítima de perseguição política. Segundo ele, são mais de 12 famílias que trabalham no local e, que foi autorizado há mais de um ano e meio pela prefeitura.
“Chegaram e disseram que não é lugar pra trabalhar, que perseguição é essa?”, questionou.
Dema tem 62 anos, vende artesanatos e planas, comparou a situação com Feira de Santana, onde, segundo ele, ninguém é proibido de trabalhar, os vendedores colocam suas barracas nas calçadas. “Em Morro do Chapéu criam leis para proibir o cidadão de trabalhar. Não tem emprego pra todo mundo, será que o prefeito vai empregar todos os camelôs? E, outra, não trabalho clandestinamente eu sou MEI (Micro empreendedor individual), pago meus impostos. Eu tenho direito de trabalhar, eu tiro meu sustento do meu artesanato e das minhas plantas, ou ele quer que eu vire ladrão ou traficante, eu tenho 62 anos, trabalho desde 6 anos de idade, não vou roubar, na minha família não tem ladrão, só tem trabalhador”, disse indignado.
Gilson trabalha há mais de 10 anos como ambulante, reclamou que não foram avisados previamente, antes de instalarem suas barracas. “Chegaram aqui hoje dizendo que vai tirar de um jeito ou de outro, pra nós não dá problema a polícia nós temos que tirar, achei que é pesado pra gente, a gente já está instalado, se eles falassem: hoje vocês trabalham pra semana vocês tem que tirar tudo bem, mas, eles querem que tire hoje na tora”.
Segundo ele, eles nem sabem pra onde vão e estão preocupados com prejuízo. “A gente vai perder nossa mercadoria, tudo que a gente investiu, sem ter onde colocar, a gente não pode roubar, a gente quer trabalhar e o prefeito tem que ajudar a gente, aqui não atrapalha pedestre nenhum”, relatou. Os ambulantes informaram que só querem trabalhar, não veem objeção de mudar de local, desde que saibam pra onde ir e que sejam tratados com respeito pela gestão.
