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Kobe Bryant reverenciou Oscar Schmidt e criou apelido para o brasileiro

Kobe Bryant, astro americano do basquete que inspirou incontáveis outros atletas e morreu neste domingo (26) aos 41 anos, após um acidente de helicóptero na Califórnia, cresceu assistindo a um brasileiro jogar. Foi Oscar Schmidt quem serviu de modelo para um jovem Kobe nas décadas de 1980 e 1990, antes de seu debute na NBA, em 1996.

O ídolo do Los Angeles Lakers passou a infância na Itália, quando se acostumou a ver seu pai, Joe, que também foi jogador profissional, enfrentar o brasileiro pelos times locais. Na época, era comum que Oscar fizesse mais de 30 pontos por noite. Os movimentos precisos, apesar da altura (2,06 m), inspiraram Kobe, que dizia querer ser um arremessador tão bom quanto o brasileiro.

“Ele vai ser sempre um menininho. Tinha sete anos quando me via jogar. Entrava em quadra [para brincar] no All-Star Game [da liga italiana] e era difícil tirar ele de lá. Ele me falou de um episódio em um All-Star [de 1988] que eu venci e acertei 19 cestas seguidas. Ele ficou estarrecido com aquilo”, relembrou Oscar aos risos em 2013.

A reportagem tentou contato com o brasileiro para comentar a morte do astro, mas não conseguiu até a publicação deste texto. Em comum, os dois possuíam uma vontade insaciável pela bola. A “mamba mentality” de Kobe (como ele chamava a vontade de sempre aprimorar seu próprio trabalho, independentemente das condições) tinha muito a ver com o jogo do Mão Santa, cuja fome por arremessos era justificada pelo desejo inabalável de acertar sempre.

Não à toa, quando seus companheiros de equipe pegavam um rebote, a instrução era clara: passar novamente para Kobe, o quarto maior cestinha da NBA  –ultrapassado um dia antes de morrer por LeBron James. Em 2013, quando Oscar e Kobe se encontraram em um evento em São Paulo, o astro dos Lakers rasgou elogios ao brasileiro, para quem até criou um apelido: “Quando eu estava crescendo, assistia a ele jogar na Itália, ele jogava contra o meu pai e era demais. Eu nem conhecia ele por Oscar, sempre o chamei de La Bomba”.

O brasileiro não era muito conhecido nos Estados Unidos, mas nem por isso deixou de marcar desde cedo a vida de um dos maiores jogadores de basquete do mundo. Kobe contava para os amigos sobre Oscar, e a infância na Itália fez também com que ele pegasse apreço pelo futebol. O americano disse certa vez que jogar o esporte com os pés, inclusive, o ajudou no basquete: “Eu fico confortável com a movimentação dos pés do basquete porque eu joguei futebol. Trocar de ritmo e de velocidade, ficar confortável com meu pé direito ou com meu pé esquerdo como apoio”.

Em 2013, ele esteve no Brasil durante a disputa da Copa das Confederações e se disse fã de Neymar. Neste domingo, o atacante o homenageou durante partida do PSG, ao mostrar para a câmera o número 24 com os dedos, em referência a um dos números de camisa usados pelo americano –também vestiu a 8. Outro atleta brasileiro que teve contato próximo com Kobe foi Marcelinho Huertas, que chegou a atuar ao lado do ala-armador no ano de sua aposentadoria no Los Angeles Lakers.

Em 2016, no último jogo do astro –em que ele fez 60 pontos -, Huertas estava lá. Ele contou que, ao fim daquela partida, todos os seus colegas de time o abraçaram, felizes pela conquista, e o descreveu como um atleta muito ligado à família. “Foi uma honra poder ter dividido o vestiário com ele e ter podido vivenciar momentos maravilhosos em sua carreira. O legado dele felizmente ficará para sempre”, disse.

Nenê, do Houston Rockets, também comentou a perda: “Estamos falando de um ícone. Um amigo de trabalho que fez de tudo para aproveitar seu tempo com a família”. Além da devoção a Oscar e da infância na Itália, Kobe se mostrou sem fronteiras em outros momentos da carreira. Virou embaixador global da NBA e, durante a última Copa do Mundo de basquete, em 2019, na China, foi ovacionado por uma legião de torcedores divididos entre as camisas com os números 8 e 24.

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