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Bahia registra mais de 2 mil casos de Hanseníase em 2019

A Hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. De acordo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no período de 2010 a 2019 foram notificados 24.068 casos. Os dados mostram, ainda, que no ano passado, 2.074 pessoas tiveram a doença no estado.

A pasta destaca que, os homens na faixa etária de 20 a 49 anos e acima de 60 anos tem alto risco para a Hanseníase, e esta última faixa etária é também o maior grupo acometido pelas incapacidades físicas causadas pela doença, portanto, deve ser considerada como prioritária.

A Sesab explica que a Hanseníase é um agravo crônico com período prolongado, cujo diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, por meio de história clínica, exame dermatoneurológico e situação epidemiológica.

“A doença, que compromete principalmente a pele e os nervos periféricos, é transmitida por meio das secreções das vias respiratórias (nariz e boca) para as pessoas que convivem com o doente não tratado. Clinicamente, apresenta leões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade ou comprometimento de nervos periférico”.

O órgão garante que assim que é realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, os pacientes deixam de transmitir a doença. “Se não for tratada precocemente, pode se tornar grave e gerar deformidades físicas devido ao comprometimento dos nervos, principalmente nas mãos, pés e face”.

Os dados apresentados colocam a Bahia ainda, em uma situação epidemiológica considerada como alta endemicidade, conforme os parâmetros oficiais. A pasta fala que é também preocupante a existência de municípios sem casos, que estão próximos a outros endêmicos, que podem estar silenciosos para a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca o Brasil no segundo lugar no mundo em casos de Hanseníase com uma média de 38 mil registros por ano. Perde apenas para a Índia, que em 2017 apresentou 126.164 registros.

Para a coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sandra Durães, trata-se de uma doença que afeta, sobretudo, regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apesar de o Brasil ser considerado uma potência econômica, a existência de desigualdades regionais repercute na forma como o registro de novos casos se materializa, explicou.

A especialista fala que seu diagnóstico, tratamento e cura dependem de exames clínicos e, principalmente, da capacitação do médico. Nesse sentido, ela afirma que a entidade tem colaborado com a capacitação de médicos de outras especialidades e generalistas, o que contribui para o fortalecimento da rede de detecção dessa doença.

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