Pensando no assédio sexual, recorrente nas festas populares, mulheres estão se movimentando e fazendo com que campanhas contra esse tipo de violência tenham ainda mais força no Carnaval de Salvador. A ação Não é Não ganhou visibilidade em todo país e já garantiu a distribuição de 15 mil tatuagens temporárias com a mensagem pelas ruas da capital baiana. Mas a campanha pode ainda ter mais 10 mil adesivos e, por isso, continua arrecadando fundos em um financiamento coletivo no site benfeitoria.com/naoenaoba até esta sexta-feira (15), às 23h59 (horário de Brasília).
Para divulgar a ação, o coletivo local Não é Não preparou um ensaio fotográfico com mulheres reais no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador. Tem gorda, magra, negra, branca, loira, morena, cacheada, lisa, lésbica, hétero, bi, trans e cis. Os cliques foram feitos pela fotógrafa Ítala Martina e contam com a participação das psicólogas Ariane Senna e Natália Monteiro; da modelo e empresária Bell Rocha; da estudante e militante Gabriela Marx; e da jornalista Naiana Ribeiro.
Além de lutar contra o assédio, promover a igualdade de gênero, empoderar e unir as mulheres, as fotos disseminam a campanha para que mais tatuagens possam ser distribuídas na capital nordestina com mais casos de violência contra mulher, segundo pesquisa recente da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os dados chamam atenção para a importância de campanhas como essa não só em Salvador como em cidades de todos estados.
O assédio sexual tem causado impactos sérios e negativos na saúde física e emocional das mulheres. Entre os efeitos negativos relatados pelas vítimas, os mais citados são: ansiedade, depressão, perda ou ganho de peso, dores de cabeça, estresse e distúrbios do sono. Além disso, muitas delas podam sua própria liberdade e seu direito de escolha – deixando de usar uma roupa ou de cruzar uma praça, por exemplo – por medo de sofrer tais abordagens.