Os filhos da mulher 62 anos, que faleceu dia 29 de maio em Mulungu do Morro, não acreditam que a mãe foi vítima de covid 19, como foi informado pela prefeitura de Mulungu do Morro.
Veja o que diz a nota divulgada pela secretaria de saúde da cidade:
“Cumpre nos informar a toda população que na tarde de hoje (30) recebemos o resultado de exame positivo para o corona vírus, confirmado pelo LACEN, Laboratório Central de Salvador, trata se de uma senhora de 65 anos com doença crônica que esteve internada em isolamento no hospital municipal do Povo, infelizmente vindo a óbito ontem (29). A vigilância epidemiológica e demais órgãos seguem tomando as devidas providencias para esclarecimento e notificações, mediante protocolo da OMS. Ao exposto, vimos informar que o comitê de combate ao covid 19 estará revendo os decretos municipais e solicitamos a todos que permaneçam em casa”. Diz a nota, assinada pela secretaria de saúde Alda Mendes dos Santos e enfermeira da Vigilância epidemiológica da cidade, Érica Carla.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, os filhos que residem em São Paulo, fizeram alguns esclarecimentos á população e questionamentos á gestão municipal. Eles desmentem que a mãe esteve em isolamento e que não foram informados sobre a suspeita, assim como os familiares que estavam em contato com a idosa não foram orientados sobre medidas preventivas, sendo autorizado inclusive, a realização de velório.
Segundo eles, sua mãe estava doente há quatro meses, teve AVC, ficou internada em Irecê e Mulungu do Morro, depois teve alta médica, mesmo contra vontade dos familiares que queriam que ela permanecesse na unidade hospitalar, já que a mesma estava utilizando balão de oxigênio por estar com dificuldade de respirar. Uma médica teria conversado com uma das filhas, orientando que, seria importante ela ficar em casa pra prevenir contra o corona vírus, diante disso, eles concordaram, e, ela continuou sendo assistida em casa.
Os filhos desmentem o prefeito da cidade, informando que a senhora não estava em isolamento, ela estava em casa, sendo cuidada por dois idosos, uma filha e uma criança.
No dia 23 o quadro de saúde piorou, o médico suspeitou que ela tivesse sido acometida por um terceiro AVC, foi submetida a outro exame, sem que os familiares tivessem conhecimento, no dia seguinte ela teria falecido. Eles questionam a segurança do exame e a falta de orientação para as pessoas que estavam em contato com a idosa, além dos profissionais da saúde e a permissibilidade para realização do velório, segundo eles, autorizado pela própria secretaria de saúde do município.
“Porque não fizeram o teste rápido no mesmo dia que tiveram a suspeita, precisou enterrar ela primeiro, pra depois sair o resultado. Se vocês fizeram o teste rápido, porque não comunicou a família?”
Todos os familiares fizeram o teste rápido e resultado foi negativo.
Eles disseram que vão entrar na justiça, que estão sofrendo, mas querem que a verdade seja esclarecida. “A gente quer o contra teste, se for preciso vamos passar por mais essa dor de fazer exumação do corpo”.
Eles disseram que a mãe descansou, já que ela estaria vegetando em cima da cama, mas, eles estão preocupados com preconceito e constrangimento que os familiares podem passar e temem que o fato esteja sendo explorado politicamente.
“Se a justiça provar que a mãe morreu de covid é negligência, se provar que não foi vai ter justiça também, porque foi mentira, pode ser politicagem. Porque não vamos permitir que o corpo de nossa mãe seja usado como politicagem seja quem for”.
“Nós, só queremos a verdade” disseram os filhos.