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‘Houve tsunami e catástrofe sobre nosso tribunal’, diz novo presidente do TJ-BA

O futuro presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) entra no gabinete de número 104, às 10h40, e sem dourar a pílula sintetiza, em uma declaração, o momento atual da Corte: “Houve um verdadeiro tsunami, uma catástrofe, sobre nosso tribunal”, diz o desembargador Lourival Almeida Trindade, eleito quarta-feira (04) para o cargo em meio à maior crise já enfrentada pelo TJ.
Desde o início da Operação Faroeste, quatro desembargadores e dois juízes sob investigação foram presos ou afastados. Lista que inclui a ex-presidente do tribunal, Maria do Socorro Barreto Santiago, e o atual, Gesivaldo Britto, apeado do posto por suspeita de participar da venda de sentenças.

Foi sob esse clima de tensão  que ele recebeu nesta quinta-feira (05) o CORREIO, menos de 24 após vencer a disputa por diferença de apenas dois votos. Um dia antes da votação, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) havia vetado a candidatura dos desembargadores afastados José Olegário Monção Caldas e Maria da Graça Osório Leal, então favoritos.

Sobre colegas implicados, Trindade adota cautela. “Não julgo ninguém prematuramente, de forma preconceituosa”, dispara o magistrado, que assume o TJ em 3 de fevereiro.

Nascido em Érico Cardoso, cidade ao sul da Chapada Diamantina, Trindade diz que voltará sua atenção para a primeira instância da Justiça, principalmente nas áreas distantes de grandes centros urbanos. “Justiça que demora não é justiça, se transforma em injustiça”, afirma o desembargador, conhecido nos meios jurídicos como crítico contumaz do sistema prisional brasileiro.
Em pouco mais de meia hora, Trindade discorreu sobre o que considera os principais desafios da Justiça, defendeu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contrária à prisão em segunda instância e anunciou convocações de novos juízes. No fim, sinalizou que agirá com naturalidade diante de eventuais críticas: “Não penso igual nem aos meus filhos, imagine aos meus opositores”.

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