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E dá para fazer as eleições sem campanha? É o que vamos ver

Se, no jogo político, tapinhas nas costas, beijos e abraços são como sal, cebola e alho em qualquer prato, como inaugurar a era das campanhas sem esses ingredientes?

O advogado Ademir Ismerin, especialista em direito eleitoral, brinca:

– Os políticos tanto reclamaram das campanhas por causa dos custos e está aí o corona dando a chance.

Falando sério, a forma como o calendário eleitoral de 2020 será cumprido, não se sabe, até porque, ressalva o próprio Ismerin, tudo depende do corona, mas a depender dos humores das autoridades, com ou sem campanha, teremos eleições.

No gatilho — Esta semana, o ministro Luís Barroso, do STF, que dia 1º vai assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, disse que as eleições podem acontecer em novembro ou no máximo 1º de dezembro para dar tempo de os eleitos serem empossados dia 1º de janeiro. Mas ressalvou:

– Agora, para prorrogar os atuais mandatos, sou radicalmente contra.

O TSE já montou um comitê para cuidar das eleições e diz que, do ponto de vista da Justiça, tudo bem, ‘só não haverá eleição se o povo não puder ir votar’. E ele pondera os lados da Justiça e dos eleitores. E o dos políticos?

A maioria dos atuais prefeitos e vereadores quer a prorrogação de mandatos, o que implica mudar a Constituição. Ou não? Na era do corona tudo é possível.

São Paulo lá, problema cá

Isolado em Olindina, onde foi prefeito, o deputado Aderbal Caldas (PP) participou da sessão virtual ontem na Assembleia dizendo que a chave para evitar o alastramento da Covid é o controle do trânsito com São Paulo.

– O problema é que o epicentro do corona é São Paulo. Se fosse em Porto Alegre, por exemplo, não tinha nada. Mas de lá espalha para o Brasil.

Pois é. Embora o transporte oficial esteja proibido, tem o clandestino…

Máscara, a luz do caminho

Na sessão virtual de ontem que aprovou o projeto impondo a obrigatoriedade do uso de máscara, o deputado Nelson Leal (PP), ao contrário dos colegas, estava o tempo todo de máscara.

– Se todo mundo usasse máscara, em pouco tempo nos livraríamos do corona. Não tenho dúvida.

Os deputados cogitaram a possibilidade de voltar a fazer reuniões presenciais, usando máscaras. Ideia descartada. Não é hora.

Geraldo Jr., Neto e o vírus

Deu ruído na comunicação entre Geraldo Júnior (PSD), presidente da Câmara de Salvador, e ACM Neto, o prefeito.

A questão: pela manhã Geraldo anunciou em seu programa na Rádio Metrópole que a prefeitura flexibilizaria o funcionamento do comércio autorizando a abertura de alguns segmentos, como concessionárias de veículos. Pela tarde, Neto desmentiu. Diz que a situação exigência prudência. E Geraldo não gostou.

Comércio em Salvador ainda vai esperar mais

Até estava programado que o comércio de Salvador teria alguma flexibilização a partir do dia 4, para aproveitar o Dia das Mães, no próximo dia 10, mas não deu. Na videoconferência que fez com lideranças do comércio baiano anteontem ACM Neto exibiu estudos da Fundação Getúlio Vargas e outros setores envolvidos no combate ao corona e concluiu que é cedo.

– Se eu abrir agora, correremos o risco de logo adiante ter que fechar de novo.

Carlos Andrade, presidente da Fecomércio-BA, diz lamentar, mas entende a situação.

– O Dia das Mães é o segundo maior faturamento do comércio, depois do Natal. A ideia de transformar maio no Mês das Mães é uma esperança. Vamos ver se funciona.

A Tarde – Coluna do Levi Vasconcelos

Nesta quarta – feira 29, ás 7hs da manhã na Brilhante FM 100.3, entrevista com o governador Rui Costa

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