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Covid dificultou acesso de quase 3 milhões baianos ao mercado de trabalho em maio

Uma pesquisa divulgada ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 2,893 milhões de pessoas, na Bahia, tiveram dificuldade de conseguir trabalho no mês de maio, impactadas de alguma forma pela pandemia do coronavírus. O levantamento faz parte da PNAD Covid-19.

Conforme os dados, o cenário engloba tanto as 851 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade que estavam desocupadas (procuraram trabalho, mas não encontraram) no estado, quanto as outras 2,041 milhões não estavam trabalhando, queriam trabalhar, mas nem chegaram a procurar emprego, seja pela Covid-19 ou por falta de oportunidades na região onde viviam.

No geral, ainda de acordo como o Instituto, o grupo representava 24,2% de toda a população de 14 anos ou mais na Bahia, ou seja, quase uma em cada cinco pessoas no estado viu a pandemia de alguma forma interferir na busca por um ofício. O contingente baiano, no mês passado, só foi menor do que o registrado no estado de São Paulo, o mais populoso do país: por lá, quase 6 milhões de pessoas estavam passando pela mesma situação, por causa da doença. Em todo o país, mais 36 milhões de brasileiros tiveram dificuldade para encontrar emprego.

Com relação à taxa de desocupação – percentual de pessoas desocupadas em relação às que estavam na força de trabalho, fossem ocupadas ou procurando trabalho –, o índice em maio, na Bahia, foi de 14,2%, ficando apenas abaixo do registrado do Amapá (15,8%), mas bem acima da média nacional: 10,7%. Por outro lado, o dado ficou num patamar inferior ao verificado no 1º trimestre pela PNAD Contínua Trimestral (18,7%).

HOME OFFICE x RENDIMENTOS

A pesquisa do IBGE também apontou que a pandemia de Covid-19 não afetou apenas àquelas pessoas que estavam buscando trabalho, bem com as que já estão inseridas no mercado, aqui na Bahia. Em maio, das mais de 5 milhões de pessoas que tinham algum serviço, 22,7% (1,165 milhão de pessoas) estavam temporariamente afastados do trabalho em maio em virtude da necessidade de isolamento social.

Por outro lado, um grupo de 280 mil (5,5% da população ocupada) estava trabalhando em regime remoto, de home office/teletrabalho, em consequência da necessidade de isolamento social. O percentual baiano estava abaixo do verificado no país como um todo (10,3% ou 8,7 milhões de pessoas trabalhando de forma remota) e era o quinto mais baixo entre os estados.

Além disso, o novo coronavírus teve impacto no rendimento médio mensal dos trabalhadores baianos. De acordo com os dados do órgão, na Bahia, quatro em cada dez pessoas ocupadas (2,127 milhões de trabalhadores) tiveram redução no que de fato receberam no mês, comparando com o que costumavam receber.

O percentual de trabalhadores com redução salarial, no estado (42,4%), foi o terceiro maior do país. Ficou abaixo apenas dos verificados em Sergipe (43,0% dos ocupados tiveram rendimento efetivo menor do que o habitual em maio) e Amapá (42,6%). A redução média, por aqui, no foi de 21,7%. Normalmente, os trabalhadores no estado recebiam um rendimento médio mensal de R$ 1.555 e, em maio, receberam efetivamente R$ 1.218 (menos R$ 338).

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