in

Maio Roxo: alerta sobre doenças inflamatórias intestinais

Sintomas como diarreia persistente, dores abdominais, cansaço, entre outros sinais que indicam que algo não vai bem, por vezes, é negligenciado por quem os sente. No entanto, esses e outros indícios podem estar associados às Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), representadas pela Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, ambas patologias crônicas e potencialmente graves, que cursam com inflamação do intestino.

Campanhas de conscientização, como a do maio Roxo, buscam comunicar sobre a vida dos pacientes com DIIs e alertar a população quanto à importância do diagnóstico e tratamento precoces. Por serem ainda pouco conhecidas, há casos de pacientes que persistem anos sem o diagnóstico correto das DIIs. No Brasil, um estudo da Abel B Quaresma, gastroenterologista, mostrou que cerca de 20% dos pacientes demoraram mais de 3 anos para o diagnóstico da doença e quase metade deles foram ao menos quatro vezes ao pronto-socorro antes de receber um diagnóstico final.

Neste mês, a Sociedade de Gastroenterologia da Bahia (SGB), com o apoio da Associação Brasileira de Crohn e Retocolite (GEDIIB), além de patrocínios como o Hospital Mater Dei Salvador, vai realizar a 1ª Caminhada Baiana Maio Roxo, no próximo domingo, 21, às 8h, com concentração no Morro do Cristo, na Barra. O evento terá a presença de profissionais da saúde especialistas em DII, e espera contar com o apoio da população para alertá-las sobre a doença que, apesar de ser importante, ainda é pouco reconhecida. A ação é gratuita, mas o controle é feito por meio do site https://www.sympla.com.br/evento/caminhada-maio-roxo/1970129.

Alterações no hábito intestinal

De acordo com a médica e coordenadora de gastroenterologia do Hospital Mater Dei Salvador, Marina Pamponet, os primeiros sintomas são apresentados com as alterações no hábito intestinal, e cursam na inflamação do intestino causando dores abdominais recorrentes e diarreia persistente com sangue e muco ocasional, emagrecimento não intencional, cansaço ou fadiga crônica, surgimento de múltiplos furúnculos próximos ao ânus e obstrução intestinal.

“Ao se deparar com as primeiras crises, é comum que o paciente procure o pronto-socorro e, por serem sintomas comuns e não específicos, muitas vezes são confundidos com gastroenterites ou até alergias alimentares, o que pode retardar o diagnóstico. Em média, o atraso no diagnóstico é de três anos e quase metade dos pacientes passaram ao menos quatro vezes ao pronto-socorro”, avaliou a médica.

Controle da doença

As Doenças Inflamatórias Intestinais podem surgir em qualquer idade, inclusive em crianças e idosos, mas ocorrem principalmente nos jovens e adolescentes, causando sofrimento e perda da qualidade de vida dos seus portadores. Reconhece-la precocemente é muito importante, pois aumenta as chances de obter sucesso no tratamento e reduzir o risco de sequelas irreversíveis para o paciente. Apesar de não ter cura, existem tratamentos eficazes, capazes de promover o controle adequado.

“Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas no mundo são portadoras de DII. Infelizmente, no Brasil ainda não há dados oficiais, mas estima-se uma prevalência superior a 100 pacientes por 100.000 habitantes, não sendo, portanto, mais considerada uma doença rara. Entretanto, ainda é pouco reconhecida e subdiagnosticada”, alertou a especialista.

Diagnóstico

Apesar de não ter uma causa única reconhecida, existe associação com múltiplos fatores, como predisposição genética, fatores relacionados a maus hábitos de vida e fatores ambientais, como infecções. O diagnóstico é baseado num conjunto de dados clínicos, endoscópicos, além de laboratoriais e radiológicos, podendo tornar-se um desafio na prática clínica.

Governo baiano alerta seis mil aposentados e pensionistas para prazo da prova de vida

Internações de crianças por síndrome respiratória permanecem em alta; Bahia está entre capitais com crescimento da doença