Atualmente, 160 quadrilhas são vinculadas à Federação Baiana de Quadrilhas Juninas. Desse total, cerca de 90 estão em atividade.
“Grandes óperas juninas”. É com esse termo que alguns participantes de quadrilhas baianas definem os tradicionais grupos nordestinos, que levam ao público espetáculos de danças e músicas, cores e brilho, sobretudo nesta época do ano. Contudo, manter as raízes vivas tem sido um desafio crescente.
Atualmente, 160 quadrilhas são vinculadas à Federação Baiana de Quadrilhas Juninas (Febaq). Desse total, cerca de 90 estão em atividade, ou seja, pouco mais da metade tem se apresentado no São João 2023, nos 417 municípios do estado.
Segundo Carlos Oliveira, presidente da entidade, as medidas restritivas impostas pela pandemia de Covid-19 causou grande impacto no setor, e muitos grupos não conseguiram retornar ao cenário. Entretanto, mesmo antes de 2020, as quadrilhas já enfrentavam dificuldades para sobreviver, e esta situação tem piorado com o passar do tempo.
Conforme ele, pouquíssimas quadrilhas recebem apoio financeiro. “Quem deve oferecer um suporte às quadrilhas juninas é o poder público, porque ele tem obrigação de manter a cultura viva. Porém, a maioria dos municípios não enxerga dessa maneira e não há um fomento para que as equipes se mantenham em atividade”, reclamou.
O presidente da Febaq ainda criticou o investimento alto de prefeituras baianas em shows de artistas durante o período junino, enquanto as quadrilhas recebem “valores irrisórios”. “É uma situação muito revoltante, não só para os ‘quadrilheiros’ como para a própria sociedade, quando vem uma prefeitura gastar cerca de R$ 200 mil, R$ 300 mil, R$ 500 mil ou R$ 700 mil com um artista, que só vai chegar ali na cidade, cantar por 1h20 e depois vai embora”.
Por Natally Acioli e Valma Silva, g1 BA