A geração que conquistou a primeira das duas estrelas bordadas na camisa do Bahia não tem mais nenhum ex-jogador vivo. Morreu nesta quarta-feira (19) o zagueiro Henricão, campeão da Taça Brasil de 1959. Ele tinha 89 anos e morava no Rio de Janeiro.
A informação foi confirmada pelo jornalista e radialista Antônio Matos, autor do livro “Heróis de 59 – A história do primeiro título brasileiro conquistado pelo Esporte Clube Bahia”.
Henrique dos Santos sofreu uma miocardiopatia hipertrófica associada a insuficiência aórtica – doenças cardíacas. Deixa quatro filhos.
Henricão começou a carreira na Portuguesa-RJ e chegou ao clube que marcou sua história em janeiro de 1957. Ao longo de 11 temporadas e 590 jogos com a camisa do Esquadrão, os feitos vão além da Taça Brasil de 59.
Foi também pentacampeão baiano, de 1958 a 1962, chegou mais duas vezes à final da Taça Brasil, em 1961 e 1963, e disputou duas Libertadores pelo tricolor, em 1960 e 1964. Ainda jogou na Seleção Baiana que representou o Brasil na Copa O’Higgins, no Chile, em 1957.
Em entrevista exclusiva ao CORREIO concedida em 2018, o ‘Gigante de Ébano’ contou bastidores do título brasileiro e apontou o técnico Geninho como o melhor com os quais trabalhou. “Embora fosse (Carlos) Volante nosso comandante na final, o Bahia deve muito a Geninho, treinador durante toda a competição, a conquista do título da I Taça Brasil”, disse na ocasião.
O Bahia homenageou o ídolo através das redes sociais. A mensagem do clube lembra que o primeiro dos quatro gols do zagueiro pelo clube foi de bicicleta, em um amistoso na Inglaterra, e contém um depoimento de um dos filhos do ex-jogador, o professor Carlos Henrique: “Quero por último deixar registrado que Henricão jogou futebol muito bem, fez amigos, foi gentil, admirado e, com aquele grupo de 59, coletivamente ajudou a bordar a primeira estrela dessa camisa tricolor”.
Principal obra literária a respeito do primeiro título nacional da história, a biografia Heróis de 59 descreve Henricão como um jogador “leal, dedicado e sem jamais utilizar o porte físico para intimidar os adversários”. E destaca que, na terceira partida da fase equivalente às quartas de final, ele marcou “implacavelmente o perigoso centroavante Osvaldo, artilheiro do Sport, com quatro gols nos dois primeiros compromissos diante do Bahia”.