Boi precisa de atendimento por falta de água e grama em Campo Formoso. Crédito: Reprodução
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‘Não chove há um ano’: cidades baianas sofrem com emergência hídrica

Rios secando e morte de gado afetam cidades com economia baseada em agricultura e agropecuária

Barragens secando, rios por um fio e o gado morrendo. Essas são algumas das consequências da seca que fez 160 municípios da Bahia decretarem estado de emergência. Um crise hídrica causada por uma estiagem que chega a se prolongar por 12 meses em algumas cidades, como no caso de Campo Formoso, situada a mais de 400km de Salvador.

Por lá, de acordo com o vice-prefeito Jaci Muniz, a crise hídrica é severa. “Em algumas das regiões do nosso município, não chove há um ano. Isso tem gerado uma dificuldade para produtores rurais com rebanhos sendo dizimados e também para os moradores que sofrem com a falta de água para fazer coisas básicas em casa”, conta o vice-prefeito. Segundo ele, medidas estão sendo tomadas para auxiliar a população, mas a gestão municipal não consegue sanar todas as necessidades.

“Os poços artesianos estão com a vazão limitada. O que antes jogava dez mil litros de água por hora, quase não chega a cinco mil. Isso diminui a oferta de água das pessoas e estamos com carros-pipa, mas ainda assim não conseguimos atender a todos”, relata Jaci, destacando que a economia da cidade é baseada no que é produzido pela agricultura e também na agropecuária.

Em Mirante, no sudoeste da Bahia, a seca também preocupa. Wagner Ramos Lima, prefeito da cidade, afirma que a seca, por conta das características climáticas, é sempre esperada. No entanto, nesse ano, o período sem chuvas se agravou. “A falta de água está nos quatro cantos da zona rural de Mirante. Temos 23 caminhões-pipa trabalhando e não conseguimos atender toda a demanda existente”, conta.

Wagner relata ainda que as principais fontes de água da cidade estão por um fio. “As barragens estão secando e o Rio Gáveão, que traça quase 30km e margeia o Rio de Contas, passando pelo mesmo. Famílias, que moram nas margens e plantam maracujá, não conseguem exercer a atividade. Temos retroescavadeira abrindo poços para não perder as lavouras”, completa.

Entre os prefeitos das cidades afetadas pela seca, é unânime que, mesmo com investimento municipal para atenuar os problemas, os recursos são insuficientes para dar suporte a todos. Nesta sexta-feira (15), a gestão estadual anunciou um plano de ação emergencial para monitoramento e mitigação dos impactos da seca na Bahia. Entre os anúncios, estão a entrega de máquinas, abertura de balcão para venda de ração animal, poços artesianos e infraestruturas para combate da crise hídrica.

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