A cidade de Morro do Chapéu foi mais uma vez destaque na imprensa nacional pelas ações realizadas no município de preservação do meio-ambiente. A Lagoa da Velha, área que foi transformada há dois anos em uma Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN), ganhou repercussão no país e foi tema de uma matéria do jornal O Estado de São Paulo, veiculada em todo o país na última sexta-feira (26). O local guarda um sítio arqueológico com pinturas rupestres, que está entre os mais importantes da Chapada Diamantina e da Bahia.
A área histórica foi transformada em RPPN pelo projeto Biomas da Bahia, lançado em 2022 pelo Ministério Público (MP-BA). Morro do Chapéu foi pioneira, sendo uma das primeiras cidades a receber a iniciativa no estado. Ao mesmo tempo, a Prefeitura mantém o Projeto Morro Verde, que vem desde 2021 plantando mudas de espécies nativas da Chapada Diamantina tanto na sede do município como na zona rural, com o objetivo de reflorestar terrenos que foram atingidos por incêndios ou sofreram ação do homem.
Como complemento, o município abriga desde 2022 o projeto Bichos do Morro, coordenado pelo professor Gustavo Schacht, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Por meio dele, quatro câmeras foram instaladas em árvores do Parque Estadual do Morro do Chapéu para catalogar e acompanhar animais silvestres típicos da Caatinga. Entre eles, espécies em risco de extinção, como o gato do mato pequeno.
Como destaca a prefeita Juliana Araújo, Morro do Chapéu tem trabalhado lado a lado com o MP e com outros órgãos na preservação do meio-ambiente e no reflorestamento do bioma típico da Chapada. Nos últimos anos, o município tem realizado ciclos de palestras visando conscientizar a população. Entre os convidados, esteve o promotor de Justiça Pablo Almeida, coordenador do projeto Biomas da Bahia.
“Morro do Chapéu é um lugar abençoado. Temos aqui um bioma único, típico da Chapada Diamantina, e pinturas que registram a presença dos seres-humanos há mais de 2 mil anos. Entendemos que é missão do poder público preservar todo esse patrimônio que Deus nos deu. Tomamos a iniciativa de ser a cidade guardiã da vegetação chapadeira, lançando o projeto Morro Verde, que está reflorestando áreas que foram infelizmente atingidas pelo fogo. Ao mesmo tempo, apoiamos os produtores a transformarem parte das suas áreas privadas em áreas de preservação”, disse a prefeita.
Preservação – A Lagoa da Velha, em Morro do Chapéu, é uma propriedade privada de 619 hectares que foi voluntariamente transformada em RPPN. Além das pinturas rupestres, a área preservada tem árvores de 25 metros de altura e seis nascentes.
O projeto Morro Verde já plantou mais de 3 mil mudas de espécies nativas da Chapada em diferentes zonas do município. A maior parte foi doada por empresas de geração de energia eólica instaladas na cidade, como contrapartida. Encabeçada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semarh) e pela Secretaria Municipal de Educação (Seduc), a ação também realizou palestras de educação ambiental em escolas e comunidades rurais.
Segundo Juliana Araújo, o projeto não visa apenas um benefício imediato. “O que queremos é deixar um Morro do Chapéu e uma Chapada melhores para o futuro. Por isso, focamos nas aulas de educação ambiental, sobretudo nas escolas, e ensinamos às crianças como se planta uma muda de árvore. Apresentamos também quais são as espécies típicas da Chapada e como identificá-las”, explicou.
“Temos convicção de que é possível desenvolver a economia de nossa cidade aliando a preservação do meio-ambiente ao turismo ecológico e à produção agrícola. Esse é o futuro da economia mundial. O nosso esforço é para que as futuras gerações de morrenses possam desfrutar de uma cidade que é exemplo de preservação do meio-ambiente, que saiu na frente, e que colhe os resultados práticos de emprego e renda por conta disso”, completou Juliana Araújo.
Repórter hoje