Crédito: Divulgação
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Execução em bar e tráfico: líder do BDM preso no Pará acumula crimes em Itaberaba

Juarez de Souza Bispo ordenava assassinatos de dentro de presídio que fugiu em 2022

Preso no estado do Pará na tarde de segunda-feira (19), o traficante Juarez de Souza Bispo, mais conhecido como ‘Peuzinho’, é apontado como uma liderança do Bonde do Maluco (BDM) em Itaberaba, na região da Chapada de Diamantina. Suas ações criminosas na cidade já renderam, de acordo com dados de processos do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), indiciamentos por quatro homicídios, sendo um simples e três qualificados, tráfico e associação a grupos para produção de drogas na região.

Em um dos casos de homicídio qualificado, pelo qual foi indiciado um dia antes de fugir do presídio de Feira de Santana, em 24 de fevereiro, o criminoso é enquadrado como o mandante de um ataque armado feito em um bar no bairro da Rocinha, em Itaberaba. Na ocasião, dois integrantes do BDM que obedeciam a ordens de Peuzinho atiraram contra dois homens. Uma das vítimas foi atingida nas costas, morrendo no local, enquanto a outra foi ferida na perna, depondo em julgamento contra o traficante.

O caso ocorreu, segundo o processo, no dia 14 de outubro de 2017, por volta das 19h, na Rua Iraquara. Segundo o depoimento da vítima sobrevivente, ela estava sentada em frente ao ‘Bar de Pedrinho’ quando um carro, descrito como um Siena prata, se aproximou do local. Ao parar e baixar os vidros, os denunciados Willians Silva Guerra e Maurício Brito de Souza, atiraram contra ela e a outra vítima que morreu. Os dois, inclusive, foram reconhecidos pela vítima durante o julgamento.

Nos autos do processo, que a reportagem acessou, a ação mando de Peuzinho no crime foi comprovada com mensagens trocadas entre os executores e o traficante. “O terceiro denunciado está preso, mas continua ordenando ataques contra rivais do tráfico de drogas de dentro do presídio em Feira de Santana. Saliente-se que, nos autos, há transcrição de uma série de comunicações, via aplicativo de mensagens, na qual há relatos tanto de cometimento de crimes, quanto de ser o terceiro denunciado, de vulgo ‘Peuzinho’, o mandante”, diz texto do processo.

Crédito: Divulgação/SSP

Nos autos, há a informação de que as investigações apontaram que a motivação do crime seria resultado de uma ação de Peuzinho para cooptar pessoas para traficarem drogas para ele. Como resposta para pessoas que se negassem, ele ordenava execuções. O traficante estava preso em Feira de Santana até 2022 por conta das ações de tráfico que promovia na cidade de Itaberaba.

No local, porém, não ostentava o status de líder do BDM, como conta um policial penal que trabalha na unidade prisional e estava lá quando Peuzinho cumpriu pena. “Na época, ele não era uma liderança de destaque. Pelo menos, a gente não tinha essa informação. O outro que está foragido também, parceiro dele, João Antônio, se dizia evangélico e parecia ser um preso tranquilo, porém percebe-se que era apenas de fachada”, explica o policial. Este, inclusive, é conhecido como ‘Irmão João’.

Apesar de não mostrar esse status na cadeia, Peuzinho reúne características de um líder por conta do acúmulo de indiciamentos e a capacidade de permanecer foragido por mais de dois anos. Quando foi preso, o traficante estava em posse de um carro de luxo, uma arma e um documento falso.

Correio da Bahia

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