in

Crescem os gastos das famílias com a alimentação em casa

“Confesso que não estava esperando chegar o coronavírus ao ponto em que ele já chegou. Não estamos estocando alimentos e comprando apenas o essencial para manutenção da nossa família. Nossos gastos têm sido controlados. Entretanto, a ansiedade em que vivemos, comer, fora de hora, é algo mais do que natural. Tenho dois filhos adolescentes, Henrique e Thaís. O menino está na casa da namorada, por esses dias; enquanto, a menina se mantém em casa, estudando enfermagem à distância, pela Unifacs. Até comida, que eu nunca fiz, aproveitei para aprender e fazer para agradar ela e ao meu marido”.

Quem adianta, essa história, rica em detalhes, é a servidora da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Rita Freitas que atua como secretária na Assessoria de Comunicação do órgão estadual. E, por telefone, recomeça a conversa motivada: “Para esses dias de isolamento social eu comprei apenas o básico. Aquilo que, realmente, necessito no dia-a-dia e dei uma maior atenção às frutas e as verduras para produzir sucos e vitaminas. Eu estou me controlando na comida. Embora eu goste muito de comer. Meu marido Zé Augusto é quem fica procurando o que comer o tempo inteiro”, revela Ritinha como é conhecida de todos.

BAIXA RENDA

Para o professor e economista Antonio Brito, o momento é muito ruim para as pessoas de baixa renda, que não têm o salário do contracheque, no final de cada mês, depositado em sua conta. “A vida delas é muito complicada. São profissionais prestadores de serviços, que vivem do que tecem, assim como as ‘aranhas’. Essas pessoas estão ficando, em casa, com suas respectivas famílias e os filhos que, vez por outra, abrem a geladeira para ver o que há de comer. Alguns deles têm rendimento médio diário entre R$50 a R$100 reais. Isto quando há serviço normal. Sem demanda e sem poupança, tudo fica incontrolável para esses profissionais da prestação de serviços”.

BOLSA ALIMENTAÇÃO

Um balanço, desta segunda-feira 23, da Bolsa Alimentação – divulgado pela Agência Brasília – mostra que os beneficiários do programa já utilizaram R$ 3.239.283,63 na compra de produtos alimentícios. Esse valor corresponde a 48,14% do total disponível para o programa, criado de forma emergencial para suprir a falta da merenda escolar para estudantes da rede pública de ensino que já usufruem do cartão material escolar, aqueles cujas famílias fazem parte do Bolsa Família.

“São R$ 6,7 milhões que podem ser gastos até o retorno das aulas, suspensas como medida de prevenção à pandemia do coronavírus. O gasto médio diário tem sido de R$ 37,11 por dia por família. Os maiores gastos foram registrados entre a última sexta-feira 20 e o domingo 22. A maioria das famílias tem utilizado os recursos em hipermercados, em seguida, vêm os Atacados (7,88%) e no setor de alimentação, como hortifrutigranjeiros (3,34%)”.

Tribuna da Bahia

Rui e Neto esquecem rivalidade e se unem para combater coronavírus

Sobe para 79 o número de casos de novo coronavírus na Bahia