O Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou que uma sindicância foi instaurada para apurar a liberação de hidroxicloroquina e azitromicina para o médico que morreu em Ilhéus, após ser diagnosticado com Covid-19. A informação foi divulgada através de uma postagem nas redes sociais, no fim da noite de terça-feira (21).
O médico Gilmar Calazans, de 55 anos, era hipertenso e diabético, e morreu na manhã da última segunda-feira (20). Na manhã do dia seguinte, Fábio Vilas-Boas afirmou que o homem realizava o tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina na própria casa, estava respondendo bem, quando sofreu um mal súbito.
Na postagem, o secretário diz que suspeita que o mal súbito teria sido provocado pela utilização dos dois medicamentos.
“Ele estava melhorando da Covid. Para mim o mecanismo de morte é altamente sugestivo de arritmia por efeito adverso da medicação”, escreveu.
Na postagem da noite de terça, o secretário destaca que o caso do médico não se tratou de automedicação, já que ele tinha receita para uso dos medicamentos, fornecida por um colega.
A morte de Gilmar Calazans ocorreu na manhã da última segunda-feira (20). Ele trabalhava no setor de internamento do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), testou positivo para o novo coronavírus na última quinta-feira (16), quando iniciou o processo de quarentena.
Como tinha um histórico de hipertensão desregulada, ele apresentou um agravamento no quadro de saúde e procurou ajuda na unidade onde trabalhava, mas sequer deu tempo de ser regulado. Em nota, a direção do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), lamentou o falecimento do médico.
Ao todo, 158 profissionais de saúde na Bahia foram infectados pelo coronavírus, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros servidores.
Até a manhã desta quarta-feira (22), a Bahia havia registrado mais de 500 casos do novo coronavírus, com 48 mortes.