O secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, falou sobre as condições das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, nesta quinta-feira (25). Segundo ele, a cidade está na situação mais crítica da pandemia, e isso reflete diretamente nos atendimentos médicos.
“Nós estamos na situação mais crítica da pandemia e das UPAs. Nós tivemos 133 pedidos de regulação nas últimas 24 horas. Nós regulamos 66 pacientes, recorde absoluto. E mesmo assim, amanhecemos com recorde absoluto de 67 pessoas aguardando a regulação”.
“Eu diria, com muita clareza, que as UPAs estão em pré-colapso”.
Léo explicou ainda que a sobrecarga é no sistema geral, não só nas UPAs. A demanda de pacientes doentes para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está sendo maior do que a capacidade de vagas em UPAs e hospitais.
“O sistema público de saúde funciona com uma taxa que é uma equação matemática simples: o numerador é a demanda, o denominador é a oferta, o resultado disso tem que ser menor do que um, para o sistema não entrar em colapso. Nós estamos trabalhando nessas duas frentes. Uma melhorando o denominador, aumentando a oferta de leitos”.
“A oferta de leitos não tem sido tão rápida quando a demanda e ela tem uma capacidade finita”, destacou o secretário.
O secretário disse ainda que, além de não ser possível abrir leitos indefinidamente, esse não é um plano adequado, porque o ideal é que as pessoas não sejam hospitalizadas.
“A estratégia de aumentar leitos de UTI não é a ideal para o paciente, porque a ideal é que não se fique doente, porque quem entra em leitos de UTI tem grandes chances de falecer. O ideal é que não se precise chegar ao leito de UTI e que se tente diminuir a demanda com medidas restritivas”.
Gripário
Nesta quinta-feira, o sexto gripário da capital foi inaugurado no Parque São Cristóvão. As unidades de atendimento às sindomes gripais são necessárias para prestar atendimento à população e desafogar o fluxo de pacientes nas UPAs.
“O gripário é uma estratégia que Salvador criou para aumentar a capacidade de atendimento à população. A UPA fica reservada para outras doenças que não as respiratórias. Isso permite evitar a contaminação de eventuais pacientes que vão para a UPA, uma contaminação geral de pacientes com coronavírus. E isso nos ajuda também no fluxo da UPA”.
Na capital baiana, as UPAs e os gripários possuem a mesma estrutura: dez salas de enfermaria e duas salas vermelhas, onde são atendidos os pacientes mais graves em leitos de UTI.
“O gripário tem duas salas vermelhas, as salas vermelhas têm respirador. É uma estrutura temporária. O ideal é o paciente estar em um hospital, mas nos casos de extrema emergência – que nós estamos nos aproximando dele –, o paciente tem condição de permanecer com todo cuidado e com toda a atenção”, explicou Léo Prates.