A pressão no sistema de saúde em Salvador, no momento mais grave da pandemia da Covid-19, pode colapsar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nesta quinta-feira, 4. O alerta foi feito pelo secretário municipal de Saúde, Leo Prates, em entrevista ao programa Isso é Bahia, na rádio A TARDE FM.
Questionado sobre a possibilidade de incluir profissionais da educação nesta etapa de vacinação contra o coronavírus, o secretário disse que, neste momento, o debate sobre o assunto foi suspenso, uma vez que está havendo fracionamento de imunizantes nesta 1ª fase.
“Não posso pensar em voltar atividades escolares quando eu acredito que, caso o cenário não mude e a gente não consiga dar um grande número de altas (médicas), as UPAs entrarão em colapso hoje em Salvador”, preocupou-se.
Pior cenário da pandemia
A capital baiana amanheceu a quinta-feira com 117 pessoas na fila aguardando regulação. Na segunda-feira, 1º, eram 86, na terça-feira, 2, 96 pessoas aguardando na fila da regulação e nesta quarta-feira, 3, o número já era de 106. O secretário disse que o tempo médio para regular um paciente da UPA para os hospitais está em torno de 60 horas.
“Estou regulando uma média de 70 pessoas por dia. Não temos como regular mais. Para eu estabilizar teria que regular hoje 80. Eu não sei se temos capacidade. Ou as pessoas tomam consciência ou vão morrer na rua”, alertou. Ele aproveitou a oportunidade para criticar as manifestações de comerciantes contrários à prorrogação do lockdown parcial e que pedem a reabertura das atividades não essenciais.
“Não existe essa dicotomia entre saúde e economia. Se as pessoas ficarem doentes não tem empresa. Não existe empresa sem pessoas. Eu vi esses protestos com profunda tristeza. Esse tipo de coisa gera até desumanidade”, lamentou.
Tribuna da Bahia