Faltando pouco menos de um mês para a chegada do coelhinho e seus ovos de chocolate, empreendedores do segmento de doces e bolos já estão a todo vapor se preparando para a Páscoa, o bilhete dourado do setor quando o assunto é venda. Em um cenário pandêmico bem diferente do ano anterior – em que, ainda no susto do início da pandemia, as vendas aconteceram –, para lucrar na Páscoa de 2021 os empreendedores vão ter que surpreender os clientes com o cardápio e começar a divulgação o quanto antes.
No ano anterior sabíamos muito pouco sobre o coronavírus e hoje, querendo ou não, estamos mais preparados, explica o analista técnico do Sebrae-BA, Wagner Gomes. “Temos informação e noção do que precisamos fazer para manter um negócio funcionando. Ao mesmo tempo que estamos vivendo uma piora no número de pessoas infectadas, também temos um maior conhecimento sobre como nos proteger para poder consumir, mesmo que seja a distância. E isso vale para quem vende e quem compra”, conta.
Quando relembra do ano anterior, a empresária e confeiteira Nara Leite sempre se questiona: Páscoa de 2020 ou teste de resistência? “As fábricas não conseguiam entregar no prazo, lojas não tinham estoque e algumas confeiteiras ficaram sem insumos essenciais. Foram dias difíceis, mas, apesar de todas as dificuldades, vendemos 100% a mais que em 2019 e ganhamos clientes que estão conosco até hoje, o que para mim é a maior prova de dever cumprido”, ela relata.
Proprietária da Nara Leite Bolos e Doces (@naraleitedoces), ela conta que a experiência que teve em 2020 a fez se precaver este ano, por isso fez um esforço para criar um estoque robusto de insumos não perecíveis. “Sinto que estamos muito mais bem preparados para a Páscoa este ano. Continuamos seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e oferecendo o serviço de entrega de todos os nossos produtos. Inclusive, a encomenda-presente, serviço que implantamos em 2020, em que o cliente compra para presentear alguém com direto a bilhete e tudo, é algo a que estamos dando continuidade, pois deu supercerto”, diz.
Com preços que variam de R$ 30 a R$ 60, o cardápio da confeitaria está bastante variado em 2021, com cascas de ovos de chocolate recheadas como o delícia de uva (brigadeiro, brigadeiro branco e uvas) e o cenoura com brigadeiro (camadas de brigadeiro e bolo de cenoura). Além do trio de ovos de colher, coelho sequilhado, kit de caça-ovos para as crianças e vários outros itens.
Quem também está com doces novidades este ano é Carol Queiroz – mais conhecida como Carol Donut –, proprietária da Menina do Donut (@meninadodonut). Sempre procurando fechar parcerias com outras empreendedoras, a sua parceira para a Páscoa é a doceria Mimy Doçurando (@mimy_docurando), e dessa união rendeu um ovo de colher recheado de brigadeiro e mini donuts, pesando 300 gramas; o ovo custa R$ 40 e já está sendo oferecido em um sorteio no Instagram da donuteria.
“Ano passado as vendas subiram muito e tinha muita gente pedindo para entregar na casa do amigo e familiar, sabe? Em 2021 acredito que as vendas serão um pouco menores. Mesmo que muitos estejam mais relaxados com a questão da pandemia, vários negócios estão fechando e muita gente está sem renda. O esperado é vender de 50% a 75% do que vendi no ano passado”, diz.
Triplicar vendas
Sócia-proprietária da confeitaria vegana Ravegana (@raveganaconfeitaria), Rarye Peret é responsável pela produção e conta que as expectativas estão altas para a Páscoa de 2021. “Queremos chegar perto de triplicar as vendas do ano passado, quando tivemos cerca de 80 pedidos. Desde a última Páscoa estamos com nossa própria cozinha industrial e a nossa equipe também está mais organizada e bem dividida, então, mesmo que a nossa produção seja pequena, estamos focados em atender mais pedidos”, conta a empreendedora.
Rachel Carneiro, sócia-proprietária e responsável pela gestão da Ravegana, conta que ano passado tiveram uma boa rentabilidade mesmo com as dificuldades e a falta de produtos que a necessidade de isolamento causou. Foi também um momento importante, porque as sócias – que são mãe e filha – compreenderam a necessidade de criar uma reserva de emergência para a empresa. “E o nosso cardápio será mais restrito e sucinto este ano, porque, com mais opções, dependemos ainda mais de fornecedores, o que na atual situação mais atrapalha do que ajuda”, explica a empresária.
Ainda assim, o cardápio, com itens que custam de R$ 2 até R$ 70, promete. A principal atração são as cascas de ovos de chocolate recheadas, uma com chocolate e brownie, outra com brigadeiro, nutella vegana e morango e ainda mais uma recheada com a torta ogra, carro-chefe da empresa que faz sucesso até com quem não é vegano. Além de outros itens, como barras de chocolate, ovo cookie e muito mais. “Estamos trazendo também opções menores e mais baratas, afinal a maioria das pessoas não está podendo gastar muito com medo de faltar no futuro, mas ainda quer aproveitar um pouco os doces de Páscoa”, conta.
