O doleiro Dario Messer, conhecido como “o doleiro dos doleiros”, condenado a 13 anos e 4 meses de prisão em regime fechado no processo da Operação Marakata, desdobramento da Lava Jato no Rio, mantinha um esquema de garimpo ilegal no interior da Bahia que movimentou pelo menos 44 milhões de dólares no estado.
De acordo com investigações do Ministério Público Federal, a atuação de garimpeiros de esmeraldas na cidade de Campo Formoso, no Centro-Norte baiano, era parte ativa da engrenagem de lavagem do dinheiro de políticos que resultou na deflagração da Operação Marakata e na prisão de importantes políticos como o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB)
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, falhas na fiscalização do garimpo e o sucateamento do órgão responsável pela regulação do setor, a ANM (Agência Nacional de Mineração), dificultam o combate à lavagem de dinheiro por meio da atividade.
Investigações apontam que o garimpo de Campo Formoso foi uma das peças do esquema de Messer que movimentou US$ 1,6 bilhão (o equivalente a cerca de R$ 5,3 bilhões em valores da época) de 2011 a 2017 envolvendo mais de 3.000 offshores em 52 países.
A investigação teve como base a delação premiada de dois sócios minoritários de Messer, Vinicius Claret e Cláudio Barboza. De acordo com eles, depósitos em espécie eram realizados na conta de garimpeiros e “atravessadores” que vendiam pedras para a empresa O S Ledo, que recebia os pagamentos dos compradores e repassava montantes para os doleiros em contas abertas em paraísos fiscais.
A Tarde