Com 25 casos suspeitos de sarampo sob investigação só no estado de São Paulo, o sarampo volta a alertar as autoridades de saúde do Brasil, que chegou a receber o certificado de erradicação da doença em 2016.
Desde que o sarampo voltou aos registros oficiais, em 2019, já são mais de 40 mil pacientes e 40 mortes causadas pela queda na cobertura vacinal – metade das vítimas foram crianças abaixo de 5 anos.
A doença é altamente contagiosa, alerta Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
“Só para se ter uma ideia, a taxa de transmissibilidade do sarampo é entre 12 e 18. Isso significa dizer que, para cada caso da doença, você provavelmente terá outros 12 a 18 casos de pessoas infectadas caso isso ocorra em uma população suscetível. É um número substancialmente maior que a taxa de transmissibilidade da Covid-19 em qualquer uma de suas versões.”
Como professor, Safadi conta que formou “várias gerações de médicos” que nunca haviam visto um caso sequer de sarampo – e que hoje precisam de treinamento específico para diagnosticar a doença.
Os sintomas, segundo o médico, se assemelham ao de uma virose e se iniciam entre 10 a 15 dias após o contágio.
“Basicamente caracterizados por febre, coriza e conjuntivite, que é um uma vermelhidão dos olhos e tosse. Essa é a tríade clássica que a gente tem além da febre, que caracteriza os primeiros dias do sarampo”, detalha Marco Aurélio Safádi.
Quando as manchas vermelhas aparecem pelo corpo, alerta o médico, o paciente “já estava aproximadamente a três quatro dias transmitindo vírus a quem estava ao seu redor.”
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