A sigla “ESG” vem do inglês “Environmental, Social and Governance“, ou “Meio ambiente, Social e Governança”, em português. Ainda na primeira década dos anos 2000, a sigla surgia dentro do grupo de trabalho PRI (Principles for Responsible Investment, em português “Princípios para Investimento Responsável”), ligado à ONU, que tinha o objetivo de convencer investidores sobre investimentos sustentáveis. Sustentabilidade é o foco principal, ainda mais em um mundo cada vez mais industrial.
O economista James Gifford, líder do grupo PRI, explicou que não é mais apenas sobre ética. “O ponto central é a incorporação de fatores socioambientais nos investimentos para gerenciar riscos”, disse ele.
Entenda o que cada letra da sigla representa:
- E: Environmental (ambiental) – pilar que trata sobre questões ligadas ao meio ambiente e sustentabilidade;
- S: Social – diz respeito ao impacto das decisões e atividades de uma organização sobre a sociedade e o meio ambiente
- G: Governança – ligado às políticas, processos, estratégias e orientações de administração das empresas e entidades.
Por que é revelante?
A preocupação das empresas com a agenda ESG tem crescido cada dia mais. A exigência das novas gerações com ações sustentáveis tem feito o consumo ser direcionado para marcas mais preocupadas com o meio ambiente, desvalorizando os que não direcionam seus investimentos aos novos padrões.
Claudia Pires, fundadora e CEO da so+ma, startup de impacto ambiental, acredita que a implantação da agenda ESG nas empresas de hoje passa por um processo semelhante ao que foi a digitalização e e-commerce, anos atrás.
“Ter uma agenda ESG dentro da empresa é essencial para acompanhar a nova revolução verde que está vindo pela frente. É sabido que os impactos climáticos afetarão economicamente qualquer tipo de corporação”, disse Claudia. “Por exemplo, a digitalização nas empresas não veio da noite para o dia. Quando eu trabalhava em empresas, vimos que isto [a digitalização] se tornou uma crescente e nós [os executivos] fomos atrás de entender, criar um time multifuncional para implantar a digitalização. E com o ESG não é diferente disto, precisa implantar, não precisa ser perfeito, mas é imprescindível ter uma agenda para evoluir no processo”, concluiu
O Superintedente de Políticas e Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, Tiago Porto, sinaliza que é necessário ter um olhar crítico para fazer boas escolhas e ser justo, valorizando empresas que se engajam realmente nas causas socioambientais, diante de um cenário tão urgente.
“Temos tanto empresas genuinamente preocupadas e engajadas [na agenda ESG], quanto empresas oportunistas, que buscam ter ganho de capital ao associarem suas marcas com causas socioambientais, mas que nada fazem de efetivo neste sentido. Chamamos essa prática de ‘greenwashing'”, afirma o superintendente.
Já Saville Alves, Empreendedora de Impacto na SOLOS, startup de impacto ambiental, chama atenção para o papel do consumidor.