A lista de consultas anuais da professora aposentada Célia Pacheco, 64 anos, inclui visitas ao ginecologista, ao cardiologista e ao ortopedista. De tempos em tempos, precisa rever também o oftalmologista, ainda que numa frequência menor. Morando em Mairi, no Centro-Norte baiano, ela costuma pegar a estrada – geralmente em direção a Feira de Santana e outras cidades próximas – quando começa o período do checkup de rotina.
Célia costuma optar pela viagem quando não se trata de nenhuma emergência, mas também não quer esperar muito pela consulta. “Tenho plano de saúde e aqui tem algumas clínicas que atendem particular. Pelo SUS (Sistema Único de Saúde), tem o hospital e dois postos de saúde, mas demora, porque tem que ir no dia da marcação e passar por um clínico. Como eu posso marcar pelo plano, vou em Feira”, explica.
A marcação é justamente para ter acesso aos médicos especialistas: ou seja, aqueles que, após a graduação em Medicina, fizeram residência médica em uma área ou prestaram uma prova de título de uma das 55 especialidades aceitas no Brasil. Mas o problema ainda maior, na avaliação de entidades médicas e pesquisadores, é a distribuição dos especialistas: mesmo hoje, eles estão concentrados nas capitais. Em Salvador, existem quase cinco médicos para cada mil habitantes. No interior do estado, a proporção é de apenas um para cada mil.
Por correio24horas