Foto: Romildo de Jesus
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Mais de 340 mil empresas baianas estão no vermelho, aponta Serasa

Segundo dados da Serasa Experian, cada CNPJ tem em média 7 dívidas diferentes e as dívidas ultrapassam os R$5 bilhões.

Por Quézia Silva

Ao longo dos anos, muitas empresas foram abertas em todos os cantos do país e do mundo. O advento da pandemia da covid-19 levou muitos a fecharem as portas. Contudo, o vírus não foi o único vilão dos empresários. Antes de fechar oficialmente, muitos negócios encontram-se no vermelho prejudicando todo o seu funcionamento.

De acordo com dados do Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, em todo o país 6,5 milhões de empresas estão inadimplentes. As dívidas ultrapassam os R$118 bilhões. Cada empresa tem em média cerca de 7,1 dívidas. Fazendo o recorte para a Bahia e analisando o primeiro semestre de 2023, em janeiro o estado tinha cerca de 331,549 empresas no vermelho; seguido por fevereiro (335,160); março (337,722); abril (338,170); maio (340,656) e junho (340,400).  Totalizando as dívidas das empresas baianas ultrapassam os R$5 bilhões.

Ainda segundo as informações levantadas pela Serasa Experian, cada CNPJ tem em média 6,1 dívidas no estado. Comparado ao período anterior à pandemia, especificamente em junho de 2019, cada empresa tinha em média 7,6 dívidas, representando uma queda considerável.  Isso também pode ser percebido na quantidade de dívidas negativadas. Em junho deste ano na Bahia, o total chegou a 2.094,153. Já em junho de 2019, o total era de 2.167,972.

Em todo o país, o setor de “Outros”, que contempla as empresas financeiras e o terceiro setor, é quem lidera o ranking dos principais responsáveis pela inadimplência das companhias, representando 28,7%. Seguindo a ordem tem o setor de serviços (27,9%), bancos e cartões (19,9%), telefonia (7,8%), utilidades (6,9%), varejo (4,0%), financeiras (3,7%) e securitizadoras (1,1%). Tais dados são referentes ao mês de junho de 2023.

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi explica que as taxas de juros têm aumentado consideravelmente nos últimos anos, fazendo com que o crédito bancário, que muitas empresas usam para pagar o salário dos funcionários, por exemplo, tornem-se caras. Além disso, Rabi também fala sobre outro motivo que leva a inadimplência das empresas.

“Quando o consumidor não começa a pagar determinados compromissos financeiros, seja parcela de um financiamento ou um serviço que ele contratou e não pagou, do outro lado do “balcão” tem uma empresa que não está recebendo. Pode ser um banco, uma financeira ou uma prestadora de serviço. E isso acaba fazendo com que as empresas se tornem inadimplentes, pois deixam de receber seja pela venda de produtos ou pelos serviços prestados”, falou

Mesmo diante do atual cenário econômico do país, algumas medidas podem ser tomadas para que as companhias não fiquem no vermelho. “Fazer uma boa gestão de caixa, evitar formar muitos estoques e tentar cortar despesas aonde puder são formas que as empresas podem recorrer para não caírem na inadimplência”, exemplificou Luiz Rabi.

 

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