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Senado adia votação de projeto sobre fake news para próximo dia 30

O Senado adiou nesta quinta-feira (25) a apreciação do texto-base  do projeto de lei de combate à disseminação de conteúdo falso na internet, as chamadas fake news. O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre fez o anúncio, após um grupo de parlamentares solicitar mais tempo para analisar a última versão do relatório elaborada pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA).  Com isso, a votação ficou agendada para a próxima terça-feira (30).

Defensores da proposta dizem que o texto combate as fake news. Contrários ao projeto afirmam, no entanto, que a redação pode provocar censura na internet e risco à privacidade. Ao todo, foram protocolados 16 requerimentos pedindo o adiamento da votação.

O projeto é de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), mas a versão em análise foi apresentada por Coronel, presidente da Comissão Parlamentar Mista (CPMI) que investiga a disseminação de conteúdo falso. O relator entregou o texto na quarta-feira (24). No entanto, uma nova versão foi apresentada na tarde desta quinta, durante a sessão.

Entre outros pontos, Angelo Coronel retirou alterações que a proposta promoveria no Código Penal. Para viabilizar a votação, o relator retirou do texto toda a parte que tratava de eleições. Assim, ficou de fora a determinação de pagamento de multa de até  R$ 1 milhão.

Discussão

O projeto estava na pauta da sessão desta quinta-feira (25) e chegou a ter oito requerimentos para adiamento negados por Davi. Durante a discussão, porém, o líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), disse que a oposição de vários colegas se devia ao fato de terem pouco tempo para estudar o relatório. Com isso, Braga propôs que a votação fosse transferida para permitir a adesão de mais senadores.

” Todos se manifestaram no sentido de que apoiam o combate às fake news, mas que gostariam de poder se debruçar um pouco mais sobre o relatório. Não vejo nenhum problema de o Senado [adiar] a votação definitiva do enfrentamento, para fazermos com sabedoria o reconhecimento do esforço [do relator] “,  disse Braga, lembrando também que o projeto ainda passará pela Câmara dos Deputados e poderá até voltar para o Senado.

Busca por conciliação

Davi Alcolumbre afirmou que a posição dos senadores, mesmo os contrários ao projeto, é “convergente”. Sendo assim, aceitou o pedido de novo adiamento numa “busca pela conciliação”.

“Todos se manifestaram a favor do projeto. A ressalva dos que falaram contra era votarmos no dia de hoje. Há a consciência do Senado de que temos que ter uma legislação que proteja a honra dos brasileiros. Saio daqui mais convencido de que estamos no caminho certo”, afirmou o presidente do Senado.

“lobby das gigantes digitais”

O texto é alvo de críticas de entidades da sociedade civil ligadas aos direitos na internet, que enxergam nele ameaças à liberdade de expressão, à privacidade dos usuários e à inclusão digital. O relator, Angelo Coronel, rebate as alegações e considera que essa oposição é resultado de “lobby” das empresas que operam as principais redes sociais.

“Os gigantes digitais faltam com a verdade para manter o status quo. Só queremos a proteção da sociedade brasileira. Nossa legislação será dura no sentido de proteger o nosso povo”, pontuou Coronel.

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