O ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, tinha dúvidas sobre as provas apresentadas pelo ex-ministro Antonio Palocci na delação premiada, mas achava a colaboração relevante mesmo assim por representar uma quebra dos vínculos que uniam os petistas desde o início das investigações, segundo mostram os novos diálogos obtidos pelo The Intercept Brasil e divulgados pelo jornal Folha de São Paulo.
“Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, disse o procurador Paulo Roberto Galvão em grupo do Telegram com colegas. “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, acrescentou a procuradora Laura Tessler. “O melhor é que [Palocci] fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, disse Antônio Carlos Welter.
Russo é o apelido de Moro usado por procuradores.Palocci fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em março do ano passado. Segundo a Folha, os procuradores cogitaram pedir a anulação do acordo de Palocci com a PF.
Em nota,o Ministério da Justiça e a força-tarefa à frente da Operação Lava Jato em Curitiba defenderam a validade da delação do ex-ministro Antonio Palocci e colocaram em dúvida a autenticidade do material. Também observam que o acordo de Palocci com a Polícia Federal foi homologado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).