in

Denúncias sobre falta de EPI são as mais frequentes no Coren-BA durante a pandemia

A falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a sobrecarga de trabalho são as principais queixas feitas ao Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA). De 18 de março até 12 de maio, data em que se comemora o Dia do Enfermeiro, a entidade recebeu 130 denúncias relativas às duas questões. No mesmo período de 2019, as demandas geraram 22 denúncias, 83% a menos.

 

Os dados são do Departamento de Fiscalização do conselho, que repassou as informações ao Bahia Notícias. De acordo com o vice-presidente da entidade, o enfermeiro Handerson Silva, a maior parte dessas denúncias é referente a unidades públicas e da capital.

 

“Até porque no serviço privado as pessoas têm medo de denunciar, medo de não ser cumprido o anonimato, de perder o emprego”, avalia Silva.

 

Já a concentração de registros em Salvador, segundo ele, se dá porque é onde se concentra a maior quantidade de serviços e também o maior volume de profissionais e pacientes.

 

Outro problema destacado pelo enfermeiro é a dificuldade que trabalhadoras do serviço terceirizado têm encontrado para realizar seus próprios testes em caso de suspeita da Covid-19. Mas, neste caso, a queixa é mais recorrente nas unidades privadas. “As do estado e prefeitura não, elas encontram facilidade, são testadas, eventualmente afastadas… Tudo numa boa”, compara.

 

O afastamentos das profissionais que estão no grupo de risco da doença foi o foco de uma ação judicial movida pelo Coren-BA contra o Estado e a Prefeitura de Salvador. A entidade pediu o afastamento das profissionais enquadradas nesta situação, a exemplo de idosas e portadoras de comorbidades como diabetes e hipertensão.

 

A mesma coisa foi solicitada em uma ação impetrada pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (Seeb), que inicialmente foi acatada pela Justiça, mas depois o Governo do Estado conseguiu a suspensão da liminar, sob o argumento de que o afastamento desses profissionais provocaria falta de mão de obra.

 

“Só que para a Enfermagem, isso não é verdade. Pode servir para os médicos, infelizmente porque todo mundo viu que [a ex-presidente] Dilma Rousseff  fez o programa Mais Médicos, que aumentava em 12 mil o número de vagas de medicina no Brasil para que tivéssemos essa mão de obra e isso acabou. Mataram o projeto. (..) Mas no caso da enfermagem, não é verdade. Só pra dar uma noção, se compararmos o período de março a abril de 2019 a março a abril de 2020, nós tivemos um aumento de 55% no número de novas inscrições do Coren-BA”, pontua Silva.

 

De acordo com a assessoria de comunicação do Coren-BA, a entidade baiana possui 38.508 enfermeiros e enfermeiras credenciados, 82.500 técnicos e 13.003 auxiliares de enfermagem. No momento, o conselho aguarda o julgamento de seu pedido à Justiça do Trabalho.

Jacobina: Prefeitura diz que compra de R$ 30 mil em lanches é benefício para servidores

Morro do Chapéu: Primeiro caso de corona vírus acaba de ser confirmado na cidade