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Hospitais particulares da capital já contam com 80% dos leitos ocupados

De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), na quinta-feira passada, Salvador tinha quase 6.400 casos de Covid-19 registrados. Boa parte desse público, ou com bom poder aquisitivo, ou usuário de planos de saúde, buscou auxílio em unidades particulares, evitando assim o serviço público. O problema disso tudo é que uma média de 80% dos leitos clínicos e UTI já estão ocupados, somente na capital baiana.

As informações foram repassadas à TB pelo presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Mauro Adam. De acordo com ele, para atender a demanda crescente, os hospitais particulares estão transformando leitos que não são voltados para o atendimento a pacientes com o novo coronavírus, em espaços justamente para atender à esse possível público.

Conforme o gestor, as entidades estão trabalhando não chegar ao colapso. “Como uma das variáveis, desse risco de colapso, é o número de pessoas infectadas, a gente não é capaz de dizer [quando isso vai ocorrer]. Até porque a taxa de infectado, que os órgãos governamentais soltam, é da população como um todo. Mas não é ela, como um todo, que freqüenta os hospitais privados”, afirmou Adam.

De acordo com ele, a Bahia tem mais de 2,1 milhões de pessoas que são atendidas pelo sistema de saúde suplementar, sendo 1,1 milhão apenas na capital baiana. “Além disso, muitas das nossas instituições de saúde, incluindo clinicas, laboratórios, entre outros, atendem também o Sistema Único de Saúde, em uma forma contratual com as prefeituras ou com a Sesab”, acrescentou o dirigente.

O ideal, conforme o presidente da Associação, é o de que as pessoas continuem seguindo as recomendações dos órgãos responsáveis de saúde, exatamente para evitar que elas sejam infectadas com o novo coronavírus e, assim, precisem buscar o atendimento. “A taxa de ocupação só será reduzida se também o número de infectados for controlado. O hospital não tem a capacidade e nem a responsabilidade de controlar tudo isso. Existem duas variáveis: o que a gente oferece e o que a população faz para controlar. Assim, a nossa recomendação é a de que a comunidade siga as orientações das autoridades sanitárias: só saia se tiver extrema necessidade; se for preciso sair, use máscara, use toda a questão de higienização e não se aproxime das pessoas”, alertou.

“No primeiro sintoma que possa parecer Covid, procure um serviço médico, não se automedique e nem deixe o tempo passar”, acrescentou Adam, que ainda elogiou o trabalho feito pelas autoridades de saúde do Estado e do Município no combate a doença. “É um trabalho responsável. Eles estão muito empenhados, entregando leitos e realizando diversas ações. Por outro lado, vale lembrar que a situação ainda não é de tranqüilidade, o sistema privado não está colapsado e estamos trabalhando para tal. Além disso, as pessoas ter o controle e o isolamento social”, disse o gestor.

PÚBLICO

De acordo com dados da Prefeitura de Salvador, o número de leitos que a gestão possui, tanto dentro de unidades privadas, como em hospitais de campanha, a taxa de ocupação dos leitos de UTI só não é maior que 70% no Hospital Martagão Gesteira (HMG), no bairro do Tororó: 30%.

Em outros locais como os hospitais Santa Izabel (Nazaré), Português (Barra) e do Subúrbio (Periperi) já atingiram os 100% de ocupação. O hospital de campanha do Wet ‘n Wild, na Paralela (75%), e a uma unidade de saúde montada no Caminho das Árvores (92,3%), também chamam atenção pelos altos índices. Não à toa, ontem, o prefeito ACM Neto disse que o sistema de saúde, na capital baiana, pode entrar em colapso a partir da próxima quarta-feira.

Fonte: Tribuna da Bahia

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