O Amapá enfrenta o 10º dia de apagão nesta quinta-feira (12) em meio a protestos e casos de repressão policial. Na última semana, foram realizados aproximadamente 40 manifestações em diversos pontos da capital, Macapá. Moradores reclamam de descaso e abandono. “Meu sentimento é de abandono. A gente sempre se sentiu muito excluído do resto do Brasil, do resto da população. Acho que agora só ficou mais claro”, diz o estudante André Luiz Fonseca, de 23 anos, em entrevista à BBC Brasil.
Apesar do governo Bolsonaro afirmar que o estado está com 80% da energia restabelecida, amapaenses dizem que o rodízio de energia não chega a todas as áreas e privilegia bairros centrais, de classe média e alta. A administradora Daylane Barreto confirmou à BBC que o rodízio tem favorecido bairros mais ricos. “Há comunidades de periferia onde a energia só chega por 2 hora ao dia, às vezes só por 20 minutos”, afirma.
De acordo com reportagem do Estado de S.Paulo, na residência onde mora o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), no bairro do Trem, região central de Macapá, os períodos de luz são precisos ao longo do dia. O serviço é fornecido de 6 horas às 12 horas e de 18 horas à meia noite, conforme cronograma anunciado no domingo (8) pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
O apagão no estado foi ocasionado por um incêndio em uma subestação de energia na capital do Amapá, na última terça-feira (3). Após o episódio, 13 das 16 cidades do estado ficaram sem luz. Além do descaso do governo estadual e federal, amapaenses também têm reclamado da cobertura da imprensa sobre o caso. Nas redes sociais, sob a hashtag #SOSAmapá, muitos moradores protestam contra o silêncio por parte da grande mídia. A redação é da Revista Fórum.