Grupo de moradores do município de Barra do Mendes, na Chapada Diamantina, acusa o prefeito Armênio Sodré Nunes, conhecido por ‘Galego’ (MDB), de ter usado um chicote para agredir e intervir na manifestação pacífica que acontecia em frente à casa do gestor nesta sexta-feira (4). A reivindicação dos moradores é a respeito da verba disponibilizada pela União e pelo Estado para combater os efeitos da pandemia da covid-19 no valor de R$1,6 milhão. Os moradores relatam o descaso no município com medidas sanitárias de segurança.
Em contato com o Jornal da Chapada, a moradora Simone Sousa Feitosa de Almeida disse que foi parar no hospital municipal por causa das lesões causadas pelo chicote do prefeito. “Fomos para o hospital do município, fui medicada e inclusive o médico descreveu as lesões. Vou fazer corpo de delito amanhã [sábado, 5 de dezembro], BO [boletim de ocorrência] em Irecê, que fica a 60 quilômetros, pois o delegado está com covid e não tivemos assistência aqui [em Barra do Mendes]”.
Vídeos e fotos foram enviados ao Jornal da Chapada, relatando a situação. O prefeito teria saído do carro com um chicote na mão, agredindo todos os manifestantes que protestavam. “O prefeito tirou sangue de mim”, diz Simone, indignada com a situação, mostrando as marcas do chicote deixadas por ‘Galego’ em suas costas, mãos e tronco. O grupo de manifestantes “teve graves ferimentos por conta das chicotadas e toda a população está assustada com a situação”.
“O prefeito está insano, batendo no povo de Barra do Mendes, um absurdo. Freou o carro em cima da gente e já saiu com o chicote em cima do povo”, diz a moradora que participou da manifestação. “Uma situação jamais vista, justamente porque estávamos cobrando direitos que a população tem. Estarei assistida com advogados e a comissão da mulher já entrou em contato comigo também estarrecidos”, completa Simone.
Investigação do MP-BA
Além desse fato polêmico, o prefeito está sendo investigado, desde agosto, pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por irregularidades em licitações e contratação de serviços no município. Segundo o MP, “o promotor de Justiça apontou que houve indevida dispensa de licitação”.
“O MP apurou que a papelaria com a qual a prefeitura fez negócio pertence ao irmão do prefeito, o empresário Arlênio Sodré Nunes, o que evidenciaria que as compras foram realizadas de forma fraudulentas para beneficiar o irmão do prefeito, comprovando dolo na conduta do chefe do executivo municipal”, descreve dados do Ministério Público divulgados em site oficial.
Jornal da Chapada