Dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) mostram que houve um aumento de 64,7% no número de denúncias por assédio sexual no trabalho ao longo dos últimos cinco anos.
Em 2015, foram 289 relatos de abusos do tipo ocorridos em ambiente profissional. O número subiu em 2019 e chegou a 476, segundo a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Nesse espaço de tempo, o órgão recebeu ao todo 1.835 denúncias de assédio sexual no trabalho, dos quais cerca de mil tiveram sequência com a abertura de inquéritos civis para apuração do assunto, 66 se desdobraram em ações civis públicas e 226 foram resolvidos com termos de ajustamento de conduta (TACs).
“Ainda é um número pequeno de denúncias, mas vem paulatinamente crescendo juntamente com todo o movimento de empoderamento da mulher”, afirma a procuradora do trabalho Adriane Reis de Araújo, coordenadora nacional do núcleo de combate à discriminação do MPT.
E acrescenta: “O que observamos no ambiente de trabalho é que muitas vezes o agressor tem uma prática que se repete ao longo do tempo. Em geral, não temos uma única vítima de assédio sexual. Elas, se não repetem de maneira simultânea, repetem-se em uma sequência. A maior dificuldade que nós temos é romper o silêncio das mulheres para conseguir atuar em face do agressor. Um dos medos dela é ser acusada de ser responsável pela violência que ela sofreu. Outro receio é a reação de seus companheiros em relação a isso”.