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‘Batida que pulsa o coração’: Com mais de 40 anos de trajetória, Olodum faz live de carnaval e trabalhos sociais na pandemia

Na letra da canção Alegria Geral, o Olodum canta que no domingo vai estar no Pelô. Esse ano, porém, tudo vai ser diferente por causa da pandemia. A Covid-19 pode até ter cancelado o carnaval, mas não suspendeu as atividades do grupo “denominado de vulcão”.

Com tantos projetos, o carnaval seria mais um complemento à imensa trajetória do grupo. Como vários artistas e blocos, o Olodum confirmou uma live, que será o acalento do coração dos fãs neste período, quando ocorreria a festa momesca.

Inicialmente, a apresentação virtual seria na sexta-feira (12). Por falta de patrocínio, o Olodum chegou a cancelar, mas a boa notícia chegou na quinta-feira (11), com a confirmação da live na terça-feira (16) de carnaval, com Margareth Menezes e o Ilê Aiyê.

Olodum no circuito do Osmar (Campo Grande) — Foto: Márcio Reis /Ag Haack

Olodum no circuito do Osmar (Campo Grande) — Foto: Márcio Reis /Ag HaackÀ parte os festejos, o Olodum é mais que um bloco ou uma banda, é um grande projeto social de resgate de pessoas negras: a militância de base. E é justamente por isso que ele não parou, como conta Marcelo Gentil, vice-presidente da instituição.

Ele destaca que o setor da cultura sofreu muito com a pandemia porque, geralmente, está ligado a eventos que reúnem muitas pessoas, ou seja, aglomeração, terminantemente proibidas nos dias atuais.

“Nós aproveitamos esse momento de crise para fazer o dever de casa, para criar oportunidades. Várias atividades que nós fazíamos juntando gente, como seminários, palestras, shows e aulas, nós passamos a realizar de forma virtual, por meio das redes sociais do Olodum, a OlodumTV [no YouTube] e o Facebook oficial do Olodum”, conta Marcelo.

“O Olodum é uma organização da militância do movimento negro brasileiro. Uma organização preocupada em fazer algo pela população do Pelourinho”.

 

Escola do Olodum em Salvador — Foto: Edgar de Souza/G1

Escola do Olodum em Salvador — Foto: Edgar de Souza/G1

“Para não deixar a peteca cair”, como disse Marcelo, o Olodum passou a interagir com as pessoas com ajuda da tecnologia. Ele conta que o grupo juntou discussões sociais, conscientização, diversão e música.

“Realizamos uma série de palestras que nós intitulamos Diálogos Contemporâneos, com a participação de especialistas em temas que nos dizem respeito enquanto negros, enquanto afrodescendentes, enquanto instituição da cultura afro-brasileira. Dessas lives, participaram especialistas da Bahia, do Brasil e também do exterior. Realizamos também três lives musicais”.

Olodum na Avenida — Foto: Divulgação

“Por meio do fundo internacional do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, nós tivemos um projeto aprovado. Projeto esse que está permitindo que façamos um curso semipresencial sobre marketing e mídias sociais para mulheres. Isso quer dizer que o Olodum, no que tange a crise que se abateu contra todo o setor da cultura, encontrou maneiras alternativas de continuar sobrevivendo, de continuar sendo visto e ouvido e dizendo que está vivo”;

O curso está sendo oferecido na Escola Olodum, que fica no Pelourinho. E é lá também que o grupo constrói uma parceria para levar a cultura baiana e afro-brasileira para outros pontos do Brasil.

“A Escola Olodum está em processo de construção de parceria com o governo do Distrito Federal, para implantar, em uma das chamadas cidades satélites do Distrito Federal, a experiência socioeducativa e pedagógica da Escola Olodum. Essa parceria é com a administração regional do Paranoá e a ONG Obará, que tem um projeto bastante importante de valorização da cultura afro-brasileira, e ensino da arte negra no Distrito Federal”.Veja mais notícias do estado no G1 Bahia.

Olodum no circuito do Osmar — Foto: Sérgio Pedreira/Aghaack

Olodum no circuito do Osmar — Foto: Sérgio Pedreira/Aghaack

G1 BA

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