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Carcará e Tremendão decidem título com promessa de equilíbrio em campo e desequilíbrio financeiro fora

Alagoinhas e Feira de Santana, cidades de Atlético e Bahia de Feira, são vizinhas, separadas por cerca de 80 km. No entanto, quando o assunto é a questão financeira, a distância entre os clubes fica maior. Esse desequilíbrio nos cofres pode ser determinante para decidir quem será o vencedor da primeira final entre times do interior na história do Campeonato Baiano. O jogo de ida acontece hoje, às 16h, com mando de campo do Carcará, no Carneirão.

A decisão coloca frente a frente duas agremiações que representam diferentes modelos de futebol no interior do estado. Enquanto o Atlético de Alagoinhas vive 100% do esporte bretão, o Bahia de Feira adota a ideia de clube-empresa e conta com parceiros para ajudar a custear as despesas esportivas.

Em conversa com o A TARDE, Jodilton Oliveira, presidente do Tremendão, apontou a diferença entre os finalistas e parabenizou os rivais de hoje por conseguirem chegar em mais uma decisão.

“Fico feliz de ver o Atlético na final porque é a representação de outro tipo de time do interior. Eles são independentes, não possuem uma estrutura de empresa por trás. Mesmo assim, eles conseguiram chegar dois anos seguidos na final, o que por si só já é um feito e tanto”, disse Oliveira.

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Outras equipes do interior da Bahia seguem o mesmo modelo do Bahia de Feira, como o Unirb e o Jacuipense. Os exemplos foram citados por Jadilton Oliveira, que explicou como funciona a gestão do Tremendão.

“Hoje nós temos um clube-empresa. Quando montei o futebol, foi com a ideia de usar o patrocínio de uma empresa minha, uma universidade, e ela banca hoje 50% do custo operacional do time. As outras receitas são cotas de TV, público, negociação de jogadores, e por aí vai”, conta Oliveira.

No caso do Atlético de Alagoinhas, as únicas fontes de receita do clube são os patrocinadores e os torcedores, como relata Albino Leite, presidente do Carcará. Para diferenciar os estilos de gestão, o mandatário classificou o time como “raiz”.

“O Atlético é um clube de raiz. Ele vive de patrocínio, quando tem, e torcedor pagante no estádio. Hoje nós não temos torcedor no estádio e estamos com poucos patrocinadores devido ao coronavírus. A pandemia ainda permanece e os efeitos disso são muito pesados para nós”, desabafa o presidente.

Em meio às diferentes gestões, os benefícios de ter um aporte financeiro garantido para o clube foram listados pelo presidente do Bahia de Feira.

“O resultado é um clube sem crise econômica, sem problemas financeiros. Aqui se paga rigorosamente em dia. Com isso, conseguimos também fazer investimentos mais altos para ter um estádio e um centro de treinamento que nos atende muito bem”, explicou.

Já Albino Leite, que comanda o Atlético, reforçou a importância de ter gestores competentes para conseguir lidar com as dificuldades financeiras que acompanham a realidade do clube.

“Nós não temos dirigentes que injetam dinheiro, não temos parcerias com universidades. Isso faz a gente passar por muitas dificuldades financeiras, e é aí que o gestor precisa aparecer. Porque não é fácil ter resultado em campo sem ter recurso”, completou.

No campo

Dentro das quatro linhas, o esperado é mais equilíbrio entre os times. Entre Campeonato Baiano e Série D, os finalistas de hoje se enfrentaram cinco vezes desde 2019. São duas vitórias para cada lado, e um empate. Este ano, na fase de grupos, o Bahia de Feira levou a melhor e venceu o Atlético por 1 a 0, no Carneirão, palco da partida de hoje.

A Tarde

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