Com a inflação galopando e as famílias perdendo o poder de compra a olhos vistos, os donos de pequenos negócios ainda não conseguiram se recuperar do baque causado pelas restrições da pandemia. Essa realidade se reflete nos 289 mil empreendimentos que não conseguiram fechar as contas na Bahia, de acordo com o levantamento mais recente feito pela Serasa, com base em dados divulgados em maio. Os setores de serviços e comércio foram mais impactados, juntamente com a indústria. O número de inadimplentes neste ano foi 4,3% maior do que o visto no Estado em 2021, quando as primeiras flexibilizações começaram. Ainda conforme a Serasa, pelo menos 5,5 milhões de empreendedores estão com alguma dívida pendente em todo o país.
Com o intuito de dar uma sobrevida aos empresários, está de volta a partir da próxima segunda-feira (25) o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A concessão de linhas de crédito havia aparecido pela primeira vez em 2020, quando muitos estabelecimentos não conseguiram honrar as despesas por conta dos fechamentos temporários. Neste ano, quem é Microempreendedor Individual (MEI) também pode tentar aderir ao Pronampe. O limite de faturamento anual para ser elegível ao crédito varia de acordo com o porte da empresa, variando entre R$ 360 mil por ano (microempresa) e R$ 300 milhões (médio porte). É possível pegar até 30% da receita bruta anual registrada em 2019.
Se o negócio for novo, com até um ano de funcionamento, o limite é de até 50% do capital social ou 30% da média de faturamento mensal (a depender da condição da empresa). Porém, nesta nova etapa do Pronampe, os juros de contratação aumentaram, e muito: a Selic, taxa básica da economia, está em 13,25%; com mais um acréscimo de 6%, a preocupação dos empreendedores é de que as parcelas fiquem caras demais após o período de carência. Afinal, vale ou não a pena? O contador e presidente do Conselho Regional de Contabilidade – Bahia (CRC-BA) André Luiz Barbosa dos Santos, acredita que sim, mesmo com o avanço da taxa básica. Neste caso, o empreendedor deve analisar previamente sua situação financeira e se poderá arcar com as parcelas com as quais se comprometeu. “Para parte dos empresários endividados, o crédito concedido ainda é competitivo se levar em consideração o praticado pelo mercado”.
Fonte: www.trbn.com.br