O Ministério do Trabalho e a Polícia Federal, em operação conjunta na terça-feira (25), resgataram 13 trabalhadores que se encontravam sob condição análoga à escravidão em uma propriedade rural produtora de café, no município de Sooretama, no interior do Espírito Santo. As informações são do portal G1.
Segundo o Ministério do Trabalho, os trabalhadores foram aliciados no município de Itabuna, no sul da Bahia, no início de abril, para trabalhar na propriedade. Entre os resgatados, dois eram menores de idade: uma jovem de 15 anos e seu companheiro, de 17.
Os trabalhadores disseram que os aliciadores tinham prometido um salário alto e condições dignas de trabalho. Mas, quando chegaram no local, perceberam que tinham sido enganados. Isso porque o alojamento em que moravam era extremamente precário, bastante sujo e com goteiras. Além disso, eles tinham apenas uma privada de uso coletivo que estava em condições ruins. Muitas vezes, tinham que usar a plantação como banheiro.
Os auditores disseram que os próprios trabalhadores precisavam adquirir a própria comida, o que tornava o trabalho deles apenas suficiente para seu sustento.
“O trabalho é um pouco pesado. Eles têm que me pagar a comida e também têm que pagar a passagem que ‘nós veio’ (sic). Aí nesse momento nós não tá podendo ir pra casa. E também tá muito barato o café, tá 14 reais. Nas outras fazendas, pagam mais ou menos 25. E a água não é filtrada não, é da torneira”, contou a adolescente de 15 anos.
O Ministério do Trabalho também apontou que não eram oferecidos para os trabalhadores equipamentos de proteção, como botas e luvas, nem disponibilizado locais para refeição e sanitários.
Em relação ao pagamento, o empregador começou pagando R$ 12 a saca, mas devido à condição ruim do cafezal, os trabalhadores colhiam pouco mais de 2 sacas por dia, valor muito inferior ao mínimo estabelecido por lei.
Os trabalhadores desejavam voltar para a Bahia, mas não conseguiam, porque não tinham dinheiro e o empregador também não se colocou para pagar as passagens.
Após o resgate, os trabalhadores foram levados para um hotel em Linhares, cidade também do norte capixaba, onde vão ficar até esta quinta-feira (27), quando será efetuado o pagamento das verbas rescisórias e disponibilizado o transporte para o retorno até suas residências. Eles devem receber um valor de aproximadamente R$ 49.450 pelos dias trabalhados e direitos rescisórios.
g1