Por Rodrigo Ferreira
O domingo (13) foi de muita fé e oração no Santuário de Irmã Dulce, localizado no Largo de Roma. Milhares de fiéis foram pedir e agradecer aos milagres e feitos do anjo bom da Bahia. Um dia histórico para reverenciar Santa Dulce dos pobres, a primeira santa brasileira.
Com a igreja lotada, a missa das 10h presidida pelo Frei Ícaro Rocha, também contou com a presença das imagens do Senhor do Bonfim e da Nossa Senhora da Conceição da Praia. Durante a celebração, foi falado do amor da Santa com o próximo e também houve homenagens pelo dia dos pais.
Frei Ícaro conversou com a Tribuna da Bahia e ressaltou da importância da data e de lembrar quem foi a Santa Dulce. “Nós estamos celebrando hoje o dia da mulher que costumo chamá-la da filha mais ilustre da Bahia. Sem dúvidas ela nos deixou um legado de fé, de amor a Jesus e amor ao próximo. Prova disso, é que as Obras Sociais (Osid) até hoje estão aqui. E ela segue intercedendo por nós do céu”, pontuou Frei Ícaro.
O Frei ainda contou que falar do anjo bom da Bahiaé falar de uma grande mulher que se entregou a Deus e aos serviços de Deus parao próximo. “É uma alegria enorme poder estar aqui hoje, no santuário.Minha relação com ela é muito íntima.Acreditamos que estamos em plena comunhão com os santos. Eles do céu intercedem por nós e nós aqui na terra pedimos que nos ajudem na glória de onde estão. Então falar de Santa Dulce hoje é falar com o coração muito emocionado”,concluiu o Frei.
Irmã Dulce, ou melhor, Maria Rita de Souza Brito Lopes nasceu em Salvador, no ano de 1914. Desde criança, desejava seguir uma vida religiosa. Já na adolescência passou a ajudar ao próximo, principalmente pobres, mendigos e enfermos. Em um 13 de agosto de 1934, Santa Dulce fez seus votos de fé tornando-se freira e recebendo o nome de Irmã Dulce em homenagem à sua mãe. De volta a Salvador, já como freira, sua primeira missão foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação religiosa.
Foram mais de 50 anos dedicados a dar assistência aos pobres, doentes e necessitados. Durante o seu período presente na terra foi reconhecida devido ao seu trabalho voluntario pelo Papa João Paulo II na década de 80, indicada ao Prêmio Nobel da Paz no ano de 1988 e em 2000, na segunda visita do Papa João Paulo II ao Brasil, recebeu o título de “Serva de Deus” pelo pontífice.
Com a igreja lotada, houve muita oração e também homenagem ao Dia dos Pais | Foto: Romildo de Jesus
Irmã Dulce, foi beatificada pelo Papa Bento XVI, no dia 10 de dezembro de 2010, passando a ser reconhecida com o título de “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”. E se tornou santa pelo Papa Francisco em uma celebração no Vaticano no dia 13 de outubro de 2019.
E realmente a alegria e a paixão podiam ser vistas no rosto de cada fiel presente no santuário. A voluntária nas obras, dona Iara Nascimento é tão devota e ama tanto o anjo bom da Bahia que estava emocionada ao falar sobre Santa Dulce. “Ela é tudo na minha vida! Eu me sinto bem quanto estou trabalhando aqui. Sempre sonhei em fazer esse trabalho e no final de 2022 fui chamada, tenho muita honra de servir aqui”, exclamou dona Iara com muita emoção.
O servidor público João Mouraestava presente com sua família na missa e contou que a experiência dele com Santa Dulce é em duas formas distintas. “A primeira experiência que tenho com a Santa é antiga, por conta de meu pai. Ele tinha a missão de trazer doentes do interior para o hospital e ela sempre acolheu. Nunca recusou nenhum doente que ele trouxe. Isso me inspirava! E a experiência pessoal com ela, é o testemunho dela, da ação direta com os pobres e mais necessitados. Do acolhimento, da doçura de uma mulher que não mediu esforço para enfrentar os desafios do seu tempo em vista dos mais necessitados.Então Santa Dulce é exemplo para mim”, exclamou o servidor público.
E há também a satisfação de ser devoto e trabalhar nas Obras Sociais. Que é o caso de Edvaldo Corrêa, assistente administrativo na Osid. “É gratificante você poder trabalhar no lugar que a marca é amar e servir. Contribuir um pouquinho com o que a Santa fez. Hoje completo 11 anos de casa e sou muito feliz por trabalhar aqui, ter muita devoção e amor a Santa Dulce e poder fazer, junto com os colegas, um pouco para manter o legado dela”, concluiu Edvaldo.
Tribuna da Bahia