As 84 “novas” viaturas da Polícia Militar, entregues na semana passada, chegaram com o objetivo de aumentar o nível de operacionalidade da tropa, certo? Errado! Na verdade, elas substituíram as antigas, conforme contrato do governo do estado.
Então, a ideia de a partir de agora se ter uma PM com o maior tempo de resposta em Salvador, é pura ilusão. A Rondesp Baía de Todos-os-Santos, por exemplo, que atua em diversos bairros, onde os confrontos foram intensificados nos últimos anos com a ascensão do Comando Vermelho, foi uma das unidades que teve sua atuação prejudicada nessa troca. Segundo policiais, ela devolveu oito viaturas e só recebeu sete! E ainda tem um porém: mesmo que a SSP realmente colocasse viaturas a mais, estes veículos não sairiam das bases porque não há efetivo. Ou seja, o que a Secretaria de Segurança Pública fez foi apenas trocar seis por meia dúzia.
Falsa ideia
E numa tentativa desesperada de conter a onda de violência que toma conta do Bahia, o governo do estado resolveu convocar 550 policiais da reserva para atuar em serviços administrativos – mais uma falsa ideia de ampliação da sensação de segurança. Isso porque mais de 60% dos oficiais que hoje trabalham em serviços burocráticos na Polícia Militar têm restrição médica e aqueles que não têm, nunca vivenciaram a rotina das ruas, podendo ser um risco à tropa durante os confrontos, pelo menos é o que se comenta nos grupos de aplicativo de PMs. O ideal era ter realizado mais concursos antes, quando o caos ainda não havia se instalado
Ataques em 2 dias
Agora são dois ônibus a menos para atender a população de Salvador. Eles foram incendiados por criminosos em dois dias: um no bairro de São Marcos (quarta, 09) e outro em Jardim Santo Inácio (sexta, 11). Esses casos nos mostram que a violência, quando não tira vidas, faz um estrago na rotina de quem vive nas comunidades. Em média, esses ônibus transportam 80 pessoas numa única viagem.