Confira os destaques da semana na coluna (IN)Segurança, de Bruno Wendel
Quando o relógio marcou às 1h30 de sexta-feira (28), uma grande quantidade de fogos estourou no céu do Cabula, mas precisamente nos fundos do Hospital Geral Roberto Santos. Atrás da unidade, estão comunidades como Narandiba, Arenoso e Tancredo Neves, que nos últimos meses sofreram intervenções severas da Polícia Militar e Civil, contra o Comando Vermelho (CV) e o Bonde do Maluco (BDM). Mas qual a ligação dos rojões e as forças de segurança? Moradores destas regiões, durante atendimento no HGRS, contaram que os traficantes celebraram as mortes dos PMs Anderson e Marcelo, ocorridas no bairro do IAPI, na quinta (27). Se realmente foi esse o motivo das rajas de fogos na madrugada, o poder paralelo não comemorou somente o fim de dois inimigos, mas também debochou do Estado.
Mão de obra do tráfico
Neste ano, nove ônibus já foram incendiados em Salvador. O mais recente foi no bairro de Paripe, na quarta-feira (27). O que muita gente não sabe é que em alguns casos, esses ataques têm a participação de adolescentes, que recebem dinheiro ou pedras de crack do tráfico para o ato. Quando apreendido, um jovem de 15 anos responde por crime semelhante a dano do patrimônio. Ou seja, ele continua como a mão de obra, fazendo tudo na hierarquia da facção. Mas para além de uma legislação mais rígida, é preciso que a SSP/BA faça o seu papel de investigar e prender os mandantes e por fim ao modismo que traz consequências não só para os usuários e rodoviários, mas também à sociedade que já vive apavorada na capital baiana.