Fermentação é uma das etapas da fabricação de vinhos - Foto: Divulgação
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Consumo de espumantes e vinhos cresce de 20% a 30%

Bahia tem potencial crescente na fabricação da bebida e a Chapada Diamantina é o mais novo polo produto

A Bahia tem mostrado um potencial crescente na produção de vinho e no Enoturismo, tendo a Chapada Diamantina como palco de expansão e visitação. Com uma altitude superior a mil metros e temperaturas amenas, a região que já foi famosa pela mineração de diamantes é um dos mais promissores polos brasileiros de fabricação de vinhos finos, com qualidade em textura, acidez e aromas. O cenário atrai visitantes interessados na combinação entre natureza exuberante e a arte de produzir a “bebida dos deuses”. Na Semana Santa, os sommeliers consideram o vinho a opção ideal para realçar os sabores dessa culinária. Tanto que, na Páscoa, o consumo de vinho costuma aumentar de 20% a 30%.

A vitivinicultura (atividade baseada no cultivo de uva e fabricação da bebida alcoólica produzida com a fermentação do sumo do fruto da videira) já é uma realidade no Vale do São Francisco e se expande na Chapada Diamantina. Com a ampliação da produção de vinho e sendo um destino turístico consolidado, esta região vem sendo reconhecida nacionalmente por fabricar vinhos de qualidade e com identidade, a partir de uvas como a Syrah, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Malbec e Merlot.

O empresário Jairo Vaz, proprietário da vinícola que leva o seu nome, localizada em Morro do Chapéu, confirma que a atividade vem crescendo progressivamente e despertando a atenção e o interesse dos amantes da bebida no Brasil e no exterior, surpreendendo enólogos e sommeliers pela qualidade de aromas e sabores exclusivos de um novo terroir.

“Nesta Páscoa, a expectativa é dobrarmos as vendas em relação ao mesmo período do ano passado, tanto pelo aumento da produção, como pelo aumento do fluxo de turistas em Morro do Chapéu e em outras cidades turísticas da Chapada, como Lençóis e Mucugê, e no Vale do Capão, onde já se encontra os nossos vinhos nos principais hotéis, restaurantes e empórios”.

Morro do Chapéu – que agora tem o título de “Capital do Vinho da Chapada Diamantina”, por projeto do deputado Pedro Tavares, aprovado na Assembleia Legislativa da Bahia – tem tido sua produção de vinho impulsionada pelas suas características climáticas e por um projeto experimental iniciado em 2011, encabeçado por órgãos governamentais, associações de criadores e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A atividade no município conta, hoje, com quatro vinícolas em operação – Vaz, Reconvexo, Santa Maria e Vinhas do Morro – e três em fase de implantação: Sertânia, Passagem Velha e Saluth.

Capital do vinho

A prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo, destaca que, na comparação entre 2022 e 2023, houve um aumento de mais de 100% na produção local de vinho, saindo de 30 mil para mais de 60 mil garrafas. Segundo ela, a tendência é que este número cresça ainda mais a partir da implantação das outras três vinícolas no município. “Também estamos em diálogo com outras prefeituras da região para que possamos fazer um trabalho conjunto. Morro está se tornando um grande polo de vitivinicultura e hoje é a maior cidade em Enoturismo da região da Chapada Diamantina. Vamos fazer o roteiro enogastronômico e estimular ainda mais o turismo de nossa cidade, bem como estamos participando de diversos eventos pelo país para conversar com investidores e apresentar o potencial do nosso município para o investimento no setor”, relata.

No ano passado, Morro do Chapéu participou do maior evento de vinhos da América do Sul, a Wine South America, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Na oportunidade, conta Juliana Araújo, a prefeitura iniciou um acordo de cooperação técnica com o prefeito de Flores da Cunha (RS), César Ulian, com o objetivo de proporcionar a troca de experiências no setor de vitivinícola e turismo do vinho. “Queremos, cada vez mais, incluir Morro do Chapéu nos roteiros de enogastronomia do Brasil”, afirma.

Em Mucugê, a Vinícola UVVA é uma das que contribuem para a Bahia se destacar e ganhar notoriedade na produção de vinhos. A primeira safra comercial da UVVA se deu em 2019, chegando ao mercado apenas em 2022, com 55 mil garrafas. Já a previsão para 2025 é de 260 mil garrafas. “O Vale do São Francisco se notabilizou já há algum tempo pela produção de vinhos e espumantes. Mais recentemente, a Chapada Diamantina também se tornou protagonista, trazendo à tona um novo e distinto terroir. Outras regiões do estado também possuem iniciativas em curso, demonstrando existir um leque de opções e oportunidades distintas”, pontua o CEO da empresa, Fabiano Borré.

Borré ressalta que, na Chapada, as condições de altitude (1.150 m) e a amplitude térmica são os grandes diferenciais, em especial em Mucugê, que permitiram que a junção com a alta tecnologia originasse vinhos finos já reconhecidos nacional e internacionalmente. “No mundo do vinho é como se estivéssemos bem no início de nossa trajetória. Nesse pouco tempo, porém, a UVVA já lançou 12 rótulos, entre brancos, tintos e espumantes”.

Portal a Tarde

 

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