A Bahia teve queda de 4,1% no número de mortes violentas em 2023, mas segue como estado com maior registro de mortes violentas no Brasil pelo 5º ano seguido. Os dados fazem parte do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base em informações oficiais dos 26 estados e o Distrito Federal. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (12).
PÁGINA ESPECIAL: consulte o número de assassinatos mês a mês na Bahia e no país desde 2017
Foram contabilizadas 4.848 mortes violentas no estado baiano no último ano, levando em consideração homicídios dolosos (quando o assassinato é intencional), latrocínios (quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído) e lesões corporais seguidas de morte.
Comparação entre as mortes violentas de 2022 e 2023 na Bahia
Índice registrou queda de 4,1%, mas estado segue como mais violento do país.
Fonte: Polícia
Civil
Os dados apontam uma média de 404 assassinatos por mês. As 4.848 mortes violentas na Bahia representam uma fatia de 12,2% de todos os casos no Brasil: 39.492. Em 2022, o estado registrou 5.057 mortes violentas.
Escalada das mortes violentas na Bahia
Dados registrados mensalmente no estado em 2022
Fonte: Polícia Civil
Ao analisar a quantidade de habitantes do estado no mesmo ano, um total de 14.141.626 pessoas, a Bahia contabilizou 34,3 mortes violentas por cada grupo de 100 mil habitantes. Também é possível observar que a cada 2.916 pessoas na Bahia, uma foi assassinada.
Homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte
Homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte
Dados registrados em 2023
Fonte: Polícia Civil
A maioria das vítimas de homicídios dolosos na Bahia é formada por jovens adultos negros. Especialistas apontam que o envolvimento direto (por atuação) ou indireto (por morar em localidades onde há atuação) com o tráfico de drogas é a principal motivação destes assassinatos.
Em setembro do ano passado, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, admitiu que a guerra de facções é a principal responsável pela violência no estado. À época, o bairro de Valéria, na periferia de Salvador, era o ponto central de uma onda de violência após uma operação terminar com um policial federal e quatro homens mortos, é alvo de duas facções criminosas.
Outro caso de repercussão que terminou com morte relacionadas ao tráfico de drogas foi o ataque a tiros que terminou com três homens e um bebê assassinados, em agosto do ano passado, em uma localidade conhecida como Tubarão, no bairro de Paripe, em Salvador.
As investigações apontaram que dois dos homens mortos tinham envolvimento com o tráfico de drogas e o outro respondia por tentativa de feminicídio contra a ex-companheira.