A sugestão dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a população brasileira evite comprar produtos que estejam muito caros, em entrevista a algumas rádios, rendeu diversos memes nas redes sociais e está entre os assuntos mais comentados na plataforma X (antigo Twitter). Os internautas criticaram a declaração e relembraram as promessas de campanha de Lula de abaixar o valor da picanha.
Na rede X, a hashtag #Lulaenganouopobre está entre os cinco assuntos mais comentados da manhã desta sexta-feira (7). Diversos parlamentares de oposição postaram críticas utilizando a tag, e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) gravou um vídeo ironizando a declaração de Lula, e dizendo que além de não comprar comida se ela estiver cara, o consumidor também devia parar de usar aparelhos elétricos para baixar a conta de luz ou deixar de andar de carro para gastar menos com gasolina.
O corte da declaração do presidente Lula também tem circulado em postagens de parlamentares de oposição e influenciadores de direita. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) replicou o vídeo, sem, no entanto, fazer comentários adicionais.
Na fala que está sendo explorada pela oposição, o presidente Lula também incentivou os consumidores a substituírem itens mais caros por produtos similares, com preços mais acessíveis. A intenção de Lula era a de sugerir que a população agisse para pressionar a redução dos preços e ajudar a controlar a inflação.
“Se todo mundo tivesse a consciência e não comprar aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar. Isso é da sabedoria do ser humano. Esse é um processo educacional que nós vamos ter que fazer com o povo brasileiro”, afirmou o presidente na entrevista às rádios.
Entre os oposicionistas que fizeram críticas à fala de Lula está o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro. “Se o arroz está caro, é só não comer. Se o gás está caro, é só não cozinhar. Se a gasolina está cara, é só ficar em casa. Nada de cortar gastos nos ministérios, colocar gente competente nas estatais ou gerir melhor a economia. Para o governo, basta que os brasileiros parem de comer, beber e se deslocar que os preços caem”, publicou o senador em suas redes sociais.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos oposicionistas que na segunda (3) usou o boné com a inscrição “comida barata novamente Bolsonaro 2026), durante a sessão de abertura do ano legislativo, também não perdeu a chance de fustigar o presidente: “No governo Lula, se a comida tá cara, não compra. Se o aluguel tá caro, mora na rua. Se o remédio tá caro, morre. E assim segue o governo do cinismo, deixando o povo cada vez mais pobre enquanto sua família vive no luxo bancado pelo Brasil”.
Do lado do governo, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, foi um dos que saíram em defesa do presidente Lula, e ratificaram a posição de incentivar a população a não comprar alimentos caros, como forma de pressionar o setor a baixar os preços.
“Nós entendemos que o consumidor é o rei e ele é quem manda no sentido de fazer com que os produtos abaixem de preço”, afirmou o ministro.
Fonte: Bahia Noticias