As coligações da campanha eleitoral de 2020 em Salvador lançaram a candidatura de 1.544 candidatos a vereador na capital baiana. Se a Justiça Eleitoral homologar a proposta de todos eles, Salvador terá 36,3% mais candidatos a uma vaga na Câmara que em 2016, quando 984 candidatos disputaram uma das 43 cadeiras do legislativo municipal.
A coligação que tem Bruno Reis (DEM) como candidato a prefeito tem o maior número de candidatos, 890; em seguida, aparece a coligação de Bacelar (Podemos), com 174 postulantes.
De acordo com o levantamento feito pelo G1, dos 1.544 candidatos definidos nas convenções, 1.029 são homens (66,7%) e 515 são mulheres (33,3%).
Razões para o aumento
Segundo especialistas, há dois motivos principais para o aumento no número de candidatos a vereador, que deve ser confirmado até o dia 26 de setembro (prazo final de registro das candidaturas):
- O fim das coligações para vereadores, já que partidos nanicos devem lançar candidatos a prefeito para conseguir alavancar as candidaturas para vereador;
- O maior rigor da cláusula de barreira em 2022, pois os partidos já estão se preparando para lançar candidaturas mais competitivas para a Câmara dos Deputados.
Esta será a primeira vez em que os vereadores não poderão concorrer por meio de coligações.
“É o principal motivo [do aumento no número de candidatos] é o fim das coligações proporcionais. Os partidos podiam fazer alianças para as eleições de vereadores e formar uma chapa única. Essa coligação tinha um limite, aqui em Salvador, de no máximo 86 candidatos. Então, você pegava oito, nove partidos e eles juntos podiam lançar no máximo 86 candidatos, mas com o fim das coligações, agora, cada partido isolado pode lançar até 65”, explicou o analista do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Jaime Barreiros.
A emenda da reforma eleitoral, que aborda o fim das coligações em eleição proporcional, foi promulgada pelo Congresso em 2017. Com isso, o candidato a uma cadeira na Câmara Municipal, por exemplo, poderá participar do pleito somente pelo partido ao qual está filiado (sem a formação de coligação, como em eleições anteriores).
“Quanto mais candidatos o partido tiver, melhor para o partido. O partido conquista o número de cadeiras [na Câmara de Vereadores] a depender do número de votos que ele consiga. É aquela história, se o partido tem muito candidatos, a possibilidade dele ter mais votos é maior, e quanto mais votos ele tiver no conjunto de candidatos, ele consegue mais cadeiras”, explicou o analista.
Veja as principais datas do calendário eleitoral 2020:
31 de agosto:
- Início das convenções partidárias para definição de coligações e escolha dos candidatos (até 16 de setembro);
- Abertura do período para registro de candidaturas (até 26 de setembro).
27 de setembro:
- Início da propaganda eleitoral, inclusive na internet;
- Candidatos partidos e coligações podem começar a realizar comícios (até 12 de novembro).
9 de outubro:
- Começa a ser veiculada a propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV (até 12 de novembro).
15 de novembro:
- 1º turno das eleições.
20 de novembro:
- Começa a ser veiculada a propaganda eleitoral gratuita, relativa ao 2º turno, em rádio e TV (até 27 de novembro)
29 de setembro:
- 2º turno das eleições. G1 Bahia