O diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, deixou o cargo nesta quarta-feira (30). A sua exoneração foi publicada durante a madrugada no Diário Oficial da União.
Dias deixa a pasta após ser acusado de ter cobrado a um representante de uma vendedora de vacinas propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
Roberto Dias foi indicado ao cargo por, Ricardo Barros (PP-PR). Ele foi nomeado na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
Acusação
Ao jornal Folha de S. Paulo, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o então diretor de Logística, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.
A empresa Davati tentava negociar com o Ministério a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca. A proposta feita foi de US$ 3,5 por cada dose, valor que, posteriormente, subiu para US$ 15,5. “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti ao jornal.
Agora, a CPI da Covid deve convocar o representante da empresa para depor. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentará o requerimento de convocação, a ser votado pelo plenário da comissão parlamentar de inquérito.