As altas temperaturas que atingem diversos estados do País, a quarta onda de calor só no segundo semestre deste ano, já estão afetando setores como o de energia.
Nesta segunda-feira (13), o Brasil bateu um novo recorde de demanda do setor energético, com 100.955 megawatts (mw) de energia de demanda instantânea de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O recorde anterior era de setembro, de 97.659 mw, quando uma outra onda de calor foi reforçada com o pico do El Niño.
Dessa demanda, 61,1% foi de origem por geração hidráulica; 10,8% de geração solar; 10,5% térmica; 9,2% eólica; e 8,4% centralizada.
Especialistas acreditam que, se o calor persistir, impactos mais fortes no setor energético e agropecuário serão sentidos em breve, chegando no bolso do consumidor.
“Se não chover bem, pode ter problema de consumo de energia, e iniciar um processo em cadeia de gastos. Tudo isso reflete de forma geral, não só no ser humano, mas no meio agropecuário, além de energia… Tem que acompanhar os reservatórios”, ressaltou Olívio Bahia, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ao Metrópoles.
Segundo ele, “não basta chover um pingo; tem que ser uma chuva boa e contínua”, o que não acompanha a perspectiva, que é de que as chuvas cheguem aos reservatórios, mas não atinjam a média necessária para que a geração de energia hidráulica ocorra sem problemas.
As estimativas são de que a região Norte deve ter uma média histórica de 52% de chuvas; o Nordeste, 43%, e Sudeste e Centro-Oeste, 88%. A região Sul, atualmente bastante afetada por chuvas acima da média, teve estimativa de 437% da média histórica.
* Por José Mion, com informações do Metrópoles. Foto: Fábio Rodrigues Pozzembom/Agência Brasil.