Mulheres de Santa Bárbara produzem nos quintais de casa, garantem mesa farta para suas famílias e transformam em renda o excedente - Foto: Divulgação/Rosa Figueredo
in

Agricultoras ganham incentivo para produzir nos quintais de suas casas

Estado Investiu um total de R$ 57 mil em canteiros econõmicos no semiárido

As mulheres do município de Santa Bárbara, no semiárido baiano, estão colhendo os frutos da produção de canteiros econômicos em seus próprios quintais. Além de garantir uma mesa farta em nutrientes, esses espaços também se transformam em renda para as famílias locais. Para haver uma maior produção de hortaliças na região, o governo estadual investiu R$ 57 mil na aquisição de materiais essenciais, como telas e sistemas de distribuição de água. Essa ação não apenas fortalece as líderes desses canteiros, mas também beneficia outras 36 famílias que pertencem à Associação Comunitária do Dunda.

A presidente da Associação, Rosa Figueredo, ressalta que um canteiro econômico tem grande importância para a agricultura familiar, uma vez que em seu território foi possível que as mulheres beneficiárias cultivem mais hortaliças em seus espaços, gerando maior fonte de renda e alimento para as suas casas. “Eu acho muito importante esse investimento que foi feito, porque dessa forma permite que as agricultoras não saiam de suas áreas naturais para ir a outros lugares. Isso incentiva que a gente produza mais em nossos próprios territórios”.

A agricultora Jesuita Almeida reforça a importância do investimento na associação para a compra de equipamentos que antes não faziam parte da associação. “Antes desse investimento, a gente não tinha acesso fácil a esses equipamentos, como bombas para a irrigação no canteiro, máquinas para cortar o mato. Essas coisas antes eram possíveis só quando podíamos comprar. A não ser no inverno que a gente tinha alguma outra ferramenta, mas não com esse preparo todo que é atualmente. Então agora a gente pode ter mais benefícios para os nossos plantios”.

Na construção de um canteiro econômico, alguns fatores devem ser levados em consideração, como os seus revestimentos e a adubação correta. Rosa Figueredo comenta que os canteiros foram montados em seus quintais com revestimentos em cimentos, para que assim, absorva mais água e seja mais vantajoso para a região. “Após o revestimento, coloca-se uma manta por cima e também deve colocar a terra no canteiro bem adubada, com os recursos naturais disponíveis, e aí em seguida nós fazemos a plantação”, explica

Jesuita Almeida sinaliza que além das placas de cimento, em um canteiro econômico também é pensado no sistema de irrigação, com canos instalados no local. As hortaliças são os destaques na produção do local.

“Nos canteiros, também foram instalados canos por baixo da terra adubada. Esses canos são importantes porque levam até a bomba de água. Na área, também há sombrites para inibir o sol”, complementa Almeida. Os principais cultivos nos canteiros das agricultoras são tomate, cebolinha, coentro, salsa, quiabo, couve e repolho, além de algumas frutas, como o maracujá.

Desafios da região

Para as agricultoras, um dos principais problemas na região é a escassez de chuvas para encher fontes de água e irrigar adequadamente as suas produções. Com essa situação, outras medidas são acionadas para que não percam as plantações em suas propriedades.

Cada família da associação possui uma cisterna para armazenar água para as suas atividades diárias, que são enchidas por meio da prefeitura. “Quando as nossas fontes secam, é necessário que a prefeitura mande um carro-pipa, ou então esse processo é feito por meio de um trator, quando o caminhão-pipa quebra. O trator traz tanques de 5 a 6 mil litros, e isso é o que dá suporte aqui na nossa horta, em que a bomba puxa a água da cisterna e leva até os canos instalados no canteiro”, fala Rosa Figueredo.

Para cultivar adequadamente as hortaliças e frutas em um canteiro, Urbano Lins, engenheiro agrônomo e especialista em Irrigação e Nutrição Vegetal, menciona que tratando-se de uma propriedade em uma região semiárida, o uso da água será um fator limitante devido a presença de altas temperaturas.

“A água é um fator que deve ser visto com bastante cuidado, porque os resultados na colheita irão depender muito de uma boa irrigação, além de uma boa adubação do solo. Será de extrema necessidade a participação de um técnico especialista em uso de água para projetar o uso adequado da irrigação, e assim a colheita terá um bom sucesso”, cita o engenheiro.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

Portal a Tarde

Nova unidade alavanca a produção de morangos na Chapada

Entenda a origem do dia 29 de fevereiro