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Professora é demitida após ter fotos íntimas vazadas por alunos. Me sentir violada

A professora de história Bruna Flor de Macedo Barcelos denunciou que teve fotos íntimas dela vazadas por estudantes após emprestar o celular para que os alunos fizessem uma atividade. Depois do ocorrido, a educadora foi demitida da Escola Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira. A denúncia é investigada pela Delegacia de Alto Paraíso de Goiás (GO), onde ocorreu o caso.

Ao Terra, o advogado José Lopes de Oliveira, que representa a professora, relatou que ela passou uma atividade em grupo sobre o mês da Consciência Negra e emprestou o celular aos alunos que não tinham acesso a um aparelho telefônico.

Apenas um ou outro aluno possuía um instrumento adequado, que é um telefone celular, um smartphone. E ela, de livre espontânea vontade, forneceu o seu aparelho telefone para um grupo de estudantes realizar a atividade”, explica o advogado.

No dia seguinte, Bruna foi chamada pela diretora e informada que fotos íntimas dela, que estavam em seu celular pessoal, foram espalhadas entre os alunos da escola. A vítima, então, explicou a situação e registrou boletim de ocorrência.

Ela, inclusive, não queria nem dar seguimento a essa questão criminal por se tratarem de crianças, adolescentes. Contudo, ao invés do que nós imaginássemos que ocorreria, que seria um acolhimento da parte da diretoria, da coordenação, de haver um diálogo com essas crianças, a diretoria começou a acusá-la de ser uma criminosa, de ter utilizado o telefone para passar essas imagens para essas crianças”, afirma a defesa.

Pouco depois, Bruna foi avisada sobre sua demissão sem receber detalhes do motivo, segundo o advogado. Ela, que antes morava em Minas Gerais, tinha um contrato de cinco anos com a escola em Goiás e só havia completado cerca de oito meses trabalhando na instituição.

Pouco depois, Bruna foi avisada sobre sua demissão sem receber detalhes do motivo, segundo o advogado. Ela, que antes morava em Minas Gerais, tinha um contrato de cinco anos com a escola em Goiás e só havia completado cerca de oito meses trabalhando na instituição.

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Apesar da professora não ter sido devidamente informada sobre o motivo do desligamento, em um processo sobre o caso que corre em segredo de Justiça consta que ela foi demitida em razão do vazamento das fotos, segundo o advogado.

“A escola também afirmou que, após as crianças terem visto essas fotos, se sentiam inseguras, incomodadas de tê-la como professora. Então, ela, como vítima, acabou sendo tratada como a autora de um crime”, diz Oliveira.

No Brasil, a Lei Carolina Dieckmann, oficialmente conhecida como Lei 12.737/2012, criminaliza a invasão de dispositivos informáticos alheios, sejam eles conectados ou não à internet, sem a autorização do titular. A lei abrange desde computadores e smartphones até redes de comunicação, visando proteger a integridade, a confidencialidade e a disponibilidade dos dados e sistemas.

A defesa afirma que, além do caso ser investigado pela Polícia Civil, entrou com processo para que ela seja ressarcida adequadamente pelos danos que sofreu.

“Além da exposição, a Bruna perdeu a mãe recentemente, então ela vivia sozinha com o salário que ganhava na escola. Depois dessa demissão, ela chegou a ficar em situação de rua por alguns dias. Ela foi acolhida por uma instituição religiosa, depois alguns amigos a ajudaram e hoje ela está na zona rural, de favor, na casa de uma pessoa que fornece alimentação e moradia até ela conseguir resolver a sua vida financeira”, explicou o advogado.

O que afirma a Secretaria Estadual de Educação?

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) afirma que a professora em questão havia sido contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escolar.

“O desligamento da profissional se deu devido à convocação em 2023 de novos professores aprovados no concurso público realizado em 2022, que assumiram, de forma efetiva, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino. Sobre os fatos que envolvem a conduta da professora, a Seduc Goiás afirma que segue a legislação de proteção à criança e adolescente, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sempre trabalhando com zelo e prezando pela harmonia e respeito entre os servidores e estudantes”, alega a pasta.

Terra

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