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Com o auxílio, Bolsonaro também se auxilia no caminho para 2022

Com o auxílio emergencial, quem ganha mais, é o povo ou o próprio Bolsonaro?

A pergunta, instigante, foi feita pelo leitor Ademar Jesuíno, da Pituba. E a resposta é simples, meu caro: os dois. O povo, na banda mais pobre, porque realmente passa dificuldades extremas na pandemia. E Bolsonaro porque já viu que angariar simpatias distribuindo dinheiro é tiro certo e caceteiro. E ele não esconde que mira 2022.

Relembre só como Bolsonaro ganhou a eleição: era o líder das pesquisas com 21% e a 30 dias da votação recebeu a famosa facada, ganhou toda a mídia o tempo inteiro por motivo justo. Óbvio que 2022 é outro papo.

Num primeiro momento ele escorraçou os potenciais concorrentes aliados. Wilson Witzel, do Rio, caiu em desgraça, ficou inimigo ostensivo de João Doria, de São Paulo.

O mapa —Também fez juras de amor a Donald Trump, dos EUA, perdeu e deu uma guinada na postura entrando de sola no toma lá, dá cá, o jogo que ele tanto amaldiçoou.

Ele começou afrontando a ciência na briga contra a Covid. Receitou a hidroxicloroquina, debochou da vacina e agora diz simplesmente: ‘É o que queremos’.

No rastro da pandemia, distribuiu bilhões com o povo, ganhou popularidade e viu que dar dinheiro compra simpatias. Sem Trump e sem auxílio ele iria viver de quê? Os políticos só irão com ele se ele estiver bem. E o auxílio é o mapa da mina. Entendeu, Ademar?

Mudanças na TV Alba, com direito a barbeiragem política

A TV Assembleia, ou TV Alba, entrou no olho do furacão como fruto de uma barbeiragem política. José Pacheco, que era secretário de Comunicação de ACM Neto, foi nomeado em janeiro e menos de 15 dias depois foi deletado. Motivo: estava fora do acordo ou a oposição deu o que não tinha.

O caso. Em 2016, quando se candidatou à presidência da Assembleia, o hoje senador Ângelo Coronel (PSD) entregou no bojo das negociações o comando da TV Assembleia à oposição. E explicava na brincadeira:

– Aquilo só dá audiência quando tem impeachment.

Nelson Leal (PP) também negociou, ficou com a oposição. Agora, enquanto Adolfo Menezes (PSD), o atual presidente, negociava com o PT, Nelson articulava para ficar e fechou com o DEM. Deu Adolfo, Pacheco sobrou. A vaga ficou com Michele Gramacho, filha da prefeita Moema Gramacho (PT), de Lauro de Freitas.

De Gandu a Itapetinga

E já que no Brasil acaba uma eleição e começa outra, Leo de Neco (PP), 36 anos, e Rodrigo Hagge (MDB), 31, prefeitos reeleitos respectivamente de Gandu e Itapetinga, estão em pauta para 2022. Dizem que serão candidatos a deputado.

Os que mais querem ver a ideia fluir são Joilson Andrade (DEM), em Gandu, e Renan Pereira (DEM), em Itapetinga, os vices dos dois, mas ambos são muito discretos. O melhor aí é não melindrar os cabeças.

Baianos fazem força para aumentar as exportações

Presidente da Fecomércio-BA e do Conselho do Sebrae, Carlos Andrade recebeu esta semana Pablo Palhano, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coreia do Sul. O encontro parece algo simples, mas faz parte de uma estratégia com foco bem mais abrangente. Ele diz que trabalha em conjunto com a Fieb e a Faeb para ampliar as exportações baianas, principalmente dos pequenos, que não têm como exportar:

– Temos uma experiência muito bem-sucedida com a Argentina, especialmente no comércio de carne e vinhos. Em Ilhéus e Itabuna produzimos chocolate de primeira, mas são pequenos. É isso que estamos superando. O dólar está em alta, né? Com os coreanos o único problema é a língua. Mas com certeza vamos nos entender.

POLÍTICA COM VATAPÁ

A zona e a rural

Figura sempre calma e afável, nos seus tempos de governo (de 1975 a 1979), Roberto Santos, o ex-governador que esta semana nos deixou, estrilava bons modos.

Contam que lá um dia, com o seu jeito sempre simpático, ele recebeu José Manoel Braz, prefeito de Glória, região de Paulo Afonso, que lá construiu a primeira escola do município, um marco.

– E aí, prefeito, tudo bem por lá?

– Tudo, governador.

– E a zona rural, tudo bem também?

O prefeito parou, encostou mais em Roberto, baixou o tom da voz.

– Olha, governador, vou lhe ser sincero. A zona eu acabei, o meu negócio é educação e não vou permitir essas coisas lá. Mas a rural está uma beleza. Quando o senhor for lá vamos dar uma voltinha.

Manoel Braz negava a história, dizia que era folclore. Mas todas as vezes que era abordado sobre o assunto, Roberto Santos ria. Mas nunca desmentiu. Mesmo com folclore, aprovava.

A Tarde

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