Festival de Jazz do Capão, na Bahia, com Mou Brasil Quarteto — Foto: Divulgação
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Diretor do Festival de Jazz do Capão anuncia cancelamento do evento em 2023 na BA: ‘sobreviverá a esse momento difícil e inesperado’

Diretor disse que parceria com Secretaria da Cultura foi rompida. Em nota, Secult informou que edital foi encerrado em 2022 e que trabalha para criação de novo.

O Festival de Jazz do Capão não vai acontecer neste ano, segundo o diretor do evento Rowney Scott. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (18), o organizador explicou que o festival feito na região da Chapada Diamantina foi cancelado após o rompimento com a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult).

“Desde 2017, o festival tem parceria com a Secult-BA através do edital de projetos Calendarizados, que dá suporte financeiro para eventos. Em janeiro desse ano, protocolamos uma carta para o secretário Bruno Monteiro, solicitando uma reunião para tratar da continuidade do edital. Nunca fomos recebidos”, disse na publicação.

Em nota, a Secult informou que o Edital de Eventos Calendarizados teve o prazo encerrado em 2020. O edital foi estendido, o que garantiu o financiamento dos eventos em 2021 e 2022 sem um novo edital precisar ser disputado. Porém, o prazo foi finalizado novamente ano passado.

Ainda segundo a secretaria, um novo edital está sendo criado e deverá atender três edições dos eventos financiados. Apesar disso, a Secult não informou a data em que o edital será lançado. 

Na publicação, Rowney considerou a posição da Secult como “falta de consideração e de interesse” com o evento, que já teve 10 edições no Vale do Capão.

“O festival de Jazz do Capão já superou a censura de um governo fascista, e com certeza sobreviverá a esse momento difícil e inesperado”, disse.

Outra polêmica

Em 2021, o festival teve o pedido de apoio reprovado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte). Em um parecer técnico, a instituição citou Deus para justificar a reprovação do incentivo via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

O documento da Funarte também mencionou uma publicação em rede social em que o evento se posicionava como “um festival antifascista e pela democracia”, para embasar o parecer de indeferimento do pedido.

Mário Frias comentou o assunto nas redes sociais na época — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Mário Frias comentou o assunto nas redes sociais na época — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Durante a polêmica, o secretário especial de Cultura do governo federal na época, Mario Frias, se manifestou sobre o assunto nas redes sociais.

“Enquanto eu for Secretário Especial da Cultura ela será resgatada desse sequestro político/ideológico”, escreveu.

 

Em 2021, o evento foi gravado em uma sítio na região da Chapada Diamantina, sem a presença do público. Sem apoio do governo, o escritor Paulo Coelho se ofereceu para pagar os gastos. Em 2022, o festival voltou a acontecer com a presença do público na cidade do Capão.

Nota da Secult

 

“Reconhecemos a importância do Festival de Jazz do Capão e dos demais eventos calendarizados do estado da Bahia. No entanto, nos cabe esclarecer que o Edital de Eventos Calendarizados teve seu prazo encerrado em 2020 e foi estendido pela gestão passada, o que garantiu o financiamento dos eventos em 2021 e 2022 sem precisar disputar um novo edital. Esse prazo encerrou em dezembro de 2022.

Desde o início da atual gestão, temos trabalhado para lançar um novo edital atendendo os novos marcos legais do MROSC, com uma execução garantida de no mínimo 3 anos de financiamento aos eventos contemplados, inclusive prevendo uma ampliação na quantidade de eventos atendidos. Com certeza teremos à frente a continuidade de eventos e manifestações culturais tão importantes para nosso calendário baiano, após esse necessário ajuste legal. Ainda este ano o novo edital será lançado para apoiar eventos calendarizados a partir do ano que vem”.

g1

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