Foto: Romildo de Jesus
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Tempo quente faz preços das frutas dispararem nas prateleiras

Para não deixar de consumir frutas, consumidores tem comprado em menor quantidade.

Por Rodrigo Ferreira

Os baianos que buscam manter uma alimentação saudável, principalmente a base de frutas, têm se assustado quando vão aos supermercados e feiras. Os preços da banana, da laranja, do abacaxi, do maracujá e outras frutas estão nas alturas. Isso ocorre devido ao clima de pouca e muito sol registrado nos últimos meses. Consumidores também relatam que frutas também sumiram das prateleiras.

A equipe da Tribuna da Bahia passou por supermercados e feiras de Salvador, para conferir os preços dos itens e conversar com clientes e vendedores sobre a alta nas frutas. Em uma grande rede de supermercado localizada na Rótula do Abacaxi, a banana da prata custa R$ 9,49 o quilo. O abacaxi custa R$ 7,99 a unidade. A laranja tem custado R$ 8,99 e o maracujá, que com a banana foram as frutas que mais aumentaram de preço, custa R$ 9,99 o quilo.

Na Feira das Sete Portas, os preços também não mudam muito dos supermercados. A unidade do abacaxi está custando R$ 7. O quilo do maracujá está R$ 9, o quilo da banana da prata tem custado R$ 8. Já a laranja é a que mais chama atenção, pelo seu preço baixo. Na feira, a fruta pode ser encontrada custando R$ 4 o quilo.

O feirante Ênio Andrade, que trabalha há 20 anos na feira, contou quais motivos está essa oscilação nos preços das frutas. “O tempo está fazendo ocorrer essa oscilação de preços. Muitas vezes as pessoas acham que é o tempo daqui, mas não, é o tempo de onde as pessoas plantam e colhem as frutas. E não choveu, então acaba fazendo as frutas se tornarem ouro. A banana mesmo era coisa que você chegava aqui e custava três ou quatro reais. Hoje ela está entre sete e dez reais. Muitas das frutas que se achava com preços em conta, aumentou e os preços de outras têm oscilado”, pontuou o feirante.

Ênio ainda ressaltou que atualmente não há condições de fazer desconto, aquela velha pechincha que já é costume clientela pedir. Pois, fazer vai afetar no ganho real dele.

Sobre as vendas, Ênio afirmou que também estão oscilando. Muitos clientes têm deixado de comprar frutas pela alta nos preços. “Tudo é data. Quando chega uma semana antes da última semana do mês, fica pingado. Aí, quando é final e início de mês aumentam as vendas”, concluiu Ênio.

A dona de casa Bernadete Pereira fez sérias queixas dos preços tanto nos supermercados, como nas feiras. “Nossa, os preços estão muito caros. No meu bairro, algumas frutas como a laranja, o maracujá e a banana, consigo encontrar mais baratos. Lá custam R$ 3 o quilo da laranja, o maracujá acho de R$ 7 o quilo. Só o abacaxi mesmo que está o mesmo preço”, ressaltou a dona de casa. Bernadete ainda comentou que ficar andando em cada mercado ou feira para comprar um pouco de cada coisa é uma tática, apesar de demandar tempo. E salientou também que parar somente em um estabelecimento para comprar as frutas, pode pesar no bolso.

A universitária Larissa Pinho é uma das consumidoras que já optou por comprar em menor quantidade. Ela revelou a Tribuna da Bahia que para não deixar de consumir frutas, precisou adotar essa medida. “As frutas ficaram muito caras para consumo. Não deixei de comprar, mas tô comprando em quantidade menor. Até porque, hoje, dois maracujás dão R$ 8, isso fica acima de qualquer orçamento mensal. Banana não compro mais duas pencas, agora são três unidades. Principalmente se for banana-da-terra”, exclamou indignada Larissa.

Segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), eventos climáticos extremos e a influência do El Niño interferiram na produção dos alimentos na Bahia. A banana da prata tem sido o principal vilão, que teve um aumento de 82%. Além da banana, abacaxi (59%) e laranja (51%) foram outras das frutas pesquisadas que chamaram atenção no seu aumento. Ainda segundo o órgão, há uma expectativa que com a chegada do outono, os efeitos climáticos percam força e os preços possam reduzir.

Tribuna da Bahia

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